Você está aqui: Início Últimas Notícias Especialista fala sobre primeiros dois anos de vida em palestra na AL
De acordo com a professora, que é associada do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e possui pós-doutorado em Saúde Pública pela Harvard School of Public Health, os primeiros mil dias de vida correspondem aos 270 da gravidez e os dois anos de vida (730 dias).
Márcia destacou que garantir o desenvolvimento nesse período impacta de forma positiva a aprendizagem no futuro. Segundo ela, atenção especial, desde a gravidez, é fundamental para que os cuidados com a saúde da mãe e do feto sejam assegurados, nos aspectos físico e mental. “Esse período é essencial para a criança”, alertou.
A enfermeira informou que, nos últimos 15 anos, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard vêm estudando muito a mente de crianças, permitindo uma atenção mais voltada, sobretudo, para a primeira infância.
“O cérebro da criança é cheio de ramificações, são células neurais em que, a cada segundo, setecentas conexões são formadas. Isso significa que a criança precisa de estímulos, de preferência positivos, para que essa mente absorva o que é bom para ela, para o futuro”, pontuou. Segundo a professora, o comportamento da criança é mais difícil de ser trabalhado na adolescência e juventude do que na primeira infância.
Conforme Márcia, muitos problemas relacionados à saúde materna e infantil podem ser evitados com a adoção de políticas públicas. É dever do Estado garantir às crianças, após o nascimento, uma boa nutrição, estimulando o aleitamento nos primeiros seis meses de vida; crescer em um ambiente equilibrado e receber os estímulos necessários para ter um bom crescimento.
A enfermeira lembrou que, na década de 1940, a realidade do Ceará era completamente diferente da atual. Havia, à época, uma alta taxa de mortalidade infantil e baixa expectativa de vida. “A cada mil nascimentos, em torno de 90 crianças morriam antes de completar um ano de vida”, citou. Em 2017, em cidades como Sobral, a taxa de mortalidade infantil acumulada do município foi de 9.2 óbitos a cada mil nascidos vivos.
Estiveram presentes ainda na reunião os deputados Augusta Brito (PCdoB), que conduziu os trabalhos e representou a presidente do colegiado; Érika Amorim (PSD) e Queiroz Filho (PDT).
LS/AT