O deputado Tony Brito (Pros), que presidiu a sessão solene, afirmou ser doador de órgãos e disse conscientizar todas as pessoas de seu convívio sobre a necessidade de manifestar para os familiares o desejo de ser doador de órgãos. “Quando você declara seu desejo de ser doador de órgãos, você trará alegria e saúde para as pessoas, além de ajudar muito quem precisa”, frisou.

Tony Brito ressaltou ainda que o Ceará, apesar dos muitos desafios enfrentados na área da saúde, é destaque nos transplantes cardíacos infantis. “Só é possível chegar a essa marca através da generosidade, da partilha e da entrega. O Ceará também é destaque no transplante de córneas, tendo conseguido zerar a fila de espera ainda no ano de 2016, quando a Perícia Forense, instituição que integra a Polícia Civil e pela qual nutro intensa admiração, implantou o Banco de Olhos do Ceará”, enfatizou.

Para a coordenadora do banco, Liziane Paiva Alencar, a educação é fundamental na mudança de cultura e comportamento de uma sociedade. “Eu não atribuo o número baixo de doações à família que nega. Eu culpo os profissionais envolvidos no processo. Se a família nega é porque o profissional que trabalha na linha de frente não se capacitou. E a gente entende que a educação é capaz de mudar essa realidade”, pontuou.

Na avaliação do médico João Davi de Souza Neto, chefe da unidade de transplante do Hospital do Coração, o protagonista da homenagem deve ser o doador, uma vez que, sem ele, as vidas salvas a partir do transplante não existiriam. “O doador – e também a família – é a figura principal, por aceitar e permitir que esse órgão seja doado para uma pessoa que se encontra esperando, por meses ou anos, por um transplante do órgão de que precisa”, acentuou.

A ex-diretora da Divisão de Auditoria da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Lílian Beltrão, comentou sobre a importância de a família dizer “sim” para doação de órgãos no momento da perda de um ente querido, podendo minimizar a dor e fazer a vida desse familiar continuar em até oito receptores, se a doação for de múltiplos órgãos. O enfermeiro José Wagner Brito de Sousa reforçou o agradecimento às famílias doadoras, apontando que “se não fossem as famílias doadoras, todo esse processo não seria possível”.

Coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Régia destacou que a homenagem também se estende a vários outros profissionais envolvidos no processo de transplante, ressaltando o papel desempenhado pelos bancos de órgãos do Estado, os quais evitam que a doação deixe de se concretizar pela deterioração dos órgãos e tecidos.

A promotora de Justiça, Saúde e Cidadania em Juazeiro do Norte, Alessandra Magda Ribeiro Monteiro, ressaltou o trabalho do Banco de Olhos do Ceará, que já exporta córneas para outros 17 estados brasileiros. Já a perita adjunta da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Verbena Matos Cortez, afirmou que doar é um ato de despojamento e extremo amor ao próximo, além de uma forma de demonstrar nossa humanidade e disponibilidade sem esperar nada em troca.

Foram agraciados com homenagens a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, a médica Eliana Régia; o perito geral da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Ricardo Antônio Macêdo Lima; a diretora técnica do Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), a médica Marineuza Rocha Memória; a ex-diretora da Divisão de Auditoria da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Lílian Beltrão, e o enfermeiro José Wagner Brito de Sousa.

Também receberam homenagens a Associação dos Transplantados Cardíacos do Estado do Ceará e a Associação Cearense dos Pacientes Hepáticos e Transplantados (ACEPHET).

BD/LF