Você está aqui: Início Últimas Notícias Seminário debate proteção e ações contra homicídios na adolescência
O presidente da Casa, deputado José Sarto (PDT), ressaltou a importância da Assembleia Legislativa, por meio do Comitê pela Prevenção de Homicídios, de debater com os demais agentes e parceiros sobre ações e experiências positivas que possam minimizar a violência na adolescência.
“As estatísticas mostram um aumento de homicídios na adolescência em toda a América Latina. Devemos trabalhar como uma rede, trocando experiências que nos ajudem a estabelecer políticas públicas e também contribuindo com outras regiões através das nossas experiências”, sugeriu.
O relator do Comitê, deputado Renato Roseno (Psol), assinalou que em parceria com o Instituto OCA e a Open Society Foundations, o colegiado fez um trabalho de pesquisa e levantamento de dados sobre homicídios na adolescência, analisando regiões, elaborando estratégias e buscando ações que possam minimizar a violência e o aumento de mortes entre os jovens.
“Ainda temos muitas limitações tratando-se de ações para reduzir as mortes. A troca de experiências é necessária. Além de elaborar trabalhos que possam mostrar as nossas experiências e deficiências, devemos buscar esse intercâmbio de ideias para desenvolver ações de melhorias”, avaliou.
A economista e vice-diretora da Fundação Casa de Las Estrategias, da Colômbia, Camila Uribe, salientou que a América Latina concentra 38% dos homicídios do mundo. A cidade Medellín, na Colômbia, concentrava em 1991, 400 homicídios por 100 mil habitantes. “Medellín era a cidade mais violenta da América e em 2015, conseguimos reduzir os índices de 400 para 20 homicídios por 100 mil habitantes”, afirmou.
Segundo Camila Uribe, foi realizado um trabalho entre polícia, prefeitura, Justiça e sociedade. “O perfil do jovem assassinado na Colômbia é o mesmo do jovem brasileiro. São adolescentes pobres que não têm rede de apoio e que moram onde as políticas públicas não chegam. Existindo exclusão, existe também maior facilidade para as mortes”, explicou.
A economista enfatizou que a maioria dos homicídios eram praticados por traficantes dentro das comunidades e que as famílias vítimas não eram tratadas com humanidade. “Deixar de humanizar a vítima é buscar uma justificativa para a morte, porém através de diálogo entre polícia e comunidade é possível estabelecer confiança e acompanhamento”, pontuou.
Camila ressaltou ainda que o acompanhamento psicológico para as famílias das vítimas e trabalhos que dignifiquem as famílias de baixa renda, fazem diferença para a redução dos índices. “Tratar quem foi vítima e buscar ações para que não tenhamos mais vítimas é uma das iniciativas que as cidades precisam trabalhar”, apontou.
Debateram ainda sobre políticas públicas para a redução de homicídios a presidente da International Association e fundadora da “Comporación para la Prevención de la Delincuencia Ambiental”, Macarena Rau Vargas, e o advogado e diretor para a América Latina da Open Society Foundations, Pedro Abromovay.
Ainda estavam presentes no evento representantes da Open Society Foundations, Instituto OCA, Secretaria de Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos do Ceará (SPS), Secretaria Municipal de Saúde do Estado (Sesa), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Universidade Estadual do Ceará (Uece) e outras instituições ligadas ao tema.
GM/LF