A expectativa da deputada Augusta Brito (PCdoB), procuradora Especial da Mulher, é de continuar com o trabalho de conscientização dos jovens cearenses iniciado na sua primeira gestão. Segundo ela, a primeira edição, realizada há dois anos, visitou 22 escolas do Estado, alcançando mais de oito mil pessoas. A ideia é ampliar ainda mais a participação. "Essa caravana é importante para que a gente possa levar para dentro das escolas a mensagem de não violência, conscientizar os jovens para que eles entendam que a agressão contra a mulher não é um ato normal e alertar a juventude sobre as consequências do machismo", afirmou.
A parlamentar adiantou que a primeira escola a receber a caravana este ano é a Escola Otávio Terceiro de Farias, no bairro prefeito José Walter, no dia 20/08.
A deputada Érika Amorim (PSD), que também participou do lançamento da caravana, disse que os números de feminicídio são crescentes no Estado, e muitos municípios estão fragilizados em relação ao combate à violência contra a mulher. "É preciso chegar com a caravana nesses municípios, para que a gente veja uma mudança de comportamento dos jovens em relação à mulher, e a educação é a base para a formação desse novo comportamento", acrescentou.
Presente ao evento, a vice-governadora Izolda Cela disse que a iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa é muito importante porque a caravana de combate à violência contra mulher representa um dos pilares tanto na eficácia da aplicação da Lei Maria da Penha, com os esclarecimentos levados aos estudantes na sala de aula, como para a política mais ampla de combate à violência contra a mulher, conscientizando a juventude.
"Nós precisamos trabalhar em diversas frentes, e uma delas é a educação. A caravana faz isso, leva às escolas e a diversos espaços no Ceará essa mensagem de prevenção da violência, através da promoção do respeito às diferenças, de nós, como sociedade, compreendermos melhor essa relação dos homens com as mulheres", observou.
Daciane Barreto, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, lembrou que, antes da Lei Maria da Penha, o crime contra a mulher era encarado como um crime de menor importância, fazendo com que os agressores fossem punidos com o pagamento de uma cesta básica, de um trabalho comunitário, enquanto as mulheres eram violentadas, estupradas e até morriam. Mas hoje a violência contra a mulher é considerada um crime contra o Estado, e essa iniciativa da caravana da mulher é extremamente importante para criar uma nova consciência na juventude, romper e enfrentar a violência doméstica familiar no estado”, declarou.
Também participaram do lançamento a farmacêutica Maria da Penha, que inspirou a criação da lei; o deputado Toni Brito (Pros); a ex-deputada e atual prefeita de Icó, Laís Nunes; a secretária-executiva de Políticas Públicas para as Mulheres, Denise Aguiar; a vereadora da Câmara Municipal de Fortaleza Larissa Gaspar (PT); a diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Estado, Rena Gomes, representando a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS); a supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Ceará, Jeritza Braga, além de escolas e representantes de Palmácia, Paracuru, Monsenhor Tabosa, Juazeiro do Norte, entre outros.
A segunda edição da caravana conta com a parceria do Instituto Maria da Penha; Casa da Mulher Brasileira; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Mulher; União Brasileira de Mulheres (UBM); Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e Secretaria de Esporte e Juventude.
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