Você está aqui: Início Últimas Notícias Formação em saúde na AL destaca políticas para a segunda década de vida
A iniciativa é articulada pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) da Assembleia Legislativa do Ceará, em parceria com o Instituto Oca, a Open Society Foundations (OSF) e a Universidade Estadual do Ceará (UECE), com parceria ainda das secretarias municipais da Saúde (SMS) e dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) . A proposta visa sensibilizar os agentes públicos para fortalecer a rede de atenção e proteção intersetorial a famílias de Fortaleza.
Segundo a palestrante e professora de psicologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Luciana Quixadá, o módulo “Políticas Públicas para a Segunda Década de Vida” visa estimular o pensamento crítico sobre esse tema por parte dos profissionais de saúde. “Queremos desconstruir esses estereótipos e buscar produzir uma nova cadeia de significantes sobre infância e juventude, principalmente nas periferias.
A enfermeira Sâmia Oliveira de Menezes, assessora técnica da Célula de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, também percebe a iniciativa como essencial para trabalhar o apoio dado a famílias vítimas de violência.
Nas comunidades, conforme observou, todo mundo tem contato com alguma forma de violência. “Como profissionais da saúde e da assistência, temos contato diariamente com essas pessoas, então a importância dessa formação ocorre na medida que ela nos instrumentaliza para lidarmos melhor com esse tipo de situação. Algo que só contribui para nosso crescimento profissional”, assinalou.
O deputado Renato Roseno (Psol), relator do comitê, participou da aula inaugural e comunicou aos participantes as ações do colegiado e suas diretrizes. Ou seja: descobrir porque se mata tantos adolescentes no Ceará, fazer recomendações e mobilizar a sociedade. Ele explicou que o trabalho de prevenção da violência começa no âmbito municipal, daí a necessidade de valorizar e investir no servidor público municipal.
Roseno explicou que a ideia do curso surgiu a partir de uma parceria entre o Instituto Oca, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Open Society Foundation. Isso após a entidade ter realizado um levantamento, no ano passado, apontando que um terço dos homicídios de adolescentes do mundo estão concentrados em oito países da América Latina, com o Brasil sendo responsável de 10% do mundo todo.
“Nosso objetivo aqui é sensibilizar os trabalhadores quanto à segunda década de vida. Não costumamos pensar muito nesse período, mas muita coisa acontece na formação do indivíduo nesse período, como a entrada na adolescência, os conflitos de gerações, o gregarismo, e muitas outras variáveis que acabam envolvendo os jovens nos ambientes de violência”, disse.
O parlamentar salientou ainda que a iniciativa visa a sensibilização de 1.000 agentes públicos atuantes na política de saúde e assistência social de Fortaleza, pela prevenção de homicídios, além de fortalecer a implementação de um protocolo de atenção e proteção intersetorial a famílias de adolescentes vítimas de homicídios.
As aulas serão ministradas por membros do Instituto Oca e do próprio comitê. O curso terá duração de dois meses, com a formação de 500 profissionais no primeiro mês e de outros 500 no segundo mês. Serão 20h, no total, sendo 16h de aulas teóricas e quatro práticas.
A formação fornecerá ainda um guia de orientações para os participantes, como estratégia de prevenção terciária aos homicídios, contemplando recomendação do relatório “Cada Vida Importa”, de 2016, feito a partir de pesquisa do CCPHA.
PE/AT