Abigail Izquierdo Ferreira, conhecida como Bibi Ferreira, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 1º de junho de 1922. Com 15 anos de idade, foi convidada para integrar o elenco do filme "Cidade Mulher", de Humberto Mauro, produzido e estrelado por Carmen Santos.
No longa, Bibi cantou o samba “Na Bahia”, em parceria com Noel Rosa e José Maria de Abreu. Durante os ensaios que aconteciam no teatro Beira-Mar, o compositor Noel Rosa tocava a canção ao violão, para que ela aprendesse a letra do samba.
Embora se sentisse vocacionada para a música, Bibi deixou esse talento em segundo plano e estreou profissionalmente apenas como atriz, nos palcos, em 28 de fevereiro de 1941, na companhia teatral do pai Procópio Ferreira, que atravessava sérias dificuldades financeiras.
No primeiro papel profissional, o de Mirandolina, na peça "La Locandiera", seu talento já indicava o êxito que a prestigiada carreira de atriz viria a ter em poucos anos.
Em 1944, Bibi Ferreira fundou a própria companhia, reunindo nomes importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e Henriette Morineau.
Anos depois, em 1950, ao estrear o musical “Escândalos”, no Teatro Carlos Gomes, Bibi foi surpreendida por um incêndio que danificou o prédio e todos os figurinos e cenários da companhia, deixando-a com grandes dívidas que se arrastaram por cerca de cinco anos.
A artista foi para Portugal, onde produziu comédias que, na época, foram mal recebidas pela crítica local, resultando desemprego, ocasionando, por consequência, meses de dificuldades financeiras. Pouco depois, Bibi Ferreira recebeu convite para dirigir algumas peças e acabou permanecendo em Portugal durante quatro anos, desta vez, com sucesso.
Artista multimídia, ao longo da carreira, Bibi fez filmes, apresentou programas de TV, gravou discos e dirigiu shows, sem nunca abandonar o teatro, uma grande paixão.
Também foi enredo da Viradouro no Carnaval do Rio em 2003. Recentemente, teve a vida e obra contadas no espetáculo "Bibi, uma vida em musical", escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães, com direção de Tadeu Aguiar. Na montagem, a protagonista foi interpretada por Amanda Costa.
Em março de 2018, já aos 95 anos, Bibi foi assistir a uma apresentação do musical, então em cartaz no Rio, e fez o público se emocionar ao chorar cantando, da plateia e sem microfone, uma música de Edith Piaf (1915-1963). A própria Bibi interpretou a cantora francesa com maestria em um musical de enorme sucesso no Brasil e em Portugal. O trabalho foi considerado tão perfeito que mesmo pessoas que conheceram Piaf se espantaram com o nível de semelhança.
Com produção de Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentação de Narcélio Limaverde, o Brasilidade vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise nas terças-feiras, às 23h.
LV/CG