Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas avaliam alternativas para lidar com reajuste do gás de cozinha
Enquanto 62,1% dos que participaram responderam que uma opção seria buscar fontes de energia alternativas, como gás natural canalizado ou solar; outros 37,9% consideraram mudar hábitos no preparo de alimentos, como manter as panelas tampadas, preferir as de pressão, evitar correntes de ar e cozinhar para a semana.
O deputado Renato Roseno (Psol) entende que, desde que a direção da Petrobrás, no Governo Temer, adotou sua atual política de preços, o encarecimento de produtos como o gás de cozinha vem prejudicando milhões de famílias brasileiras, que se viram obrigadas a adotar a lenha ou o carvão para cozinhar.
“Nós somos a favor das energias renováveis, mas, mais do que isso, somos a favor de uma nova política energética baseada em sustentabilidade, democracia e justiça socioambiental. Essa discussão sobre o preço do gás de cozinha, que se torna inviável para o povo trabalhador, deve ser antecedida por um debate sobre o modelo de desenvolvimento que queremos para o País”, destaca o parlamentar.
Renato Roseno defende que esse modelo deve ser baseado no rearranjo de alternativas de políticas públicas locais, com acesso à terra e água, incentivo a pequenos empreendimentos e indução da ciência e tecnologia para alavancar a economia.
“Precisamos investir em energia renovável de forma que ela venha a ser encarada não como fonte complementar, mas como fonte alternativa”, pontua.
O deputado Heitor Férrer (SD) considera que, a curto prazo, pequenas atitudes, como as mudanças nos hábitos de preparo de alimentos, podem ajudar a economizar e estão ao alcance de todos. “Já o uso de fontes de energia alternativas, embora tenha sido apontado como a melhor opção por quem respondeu à enquete, normalmente tem um custo mais alto para a instalação e nem sempre é acessível a boa parte da população”, opina.
Para o mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Ricardo Aquino Coimbra, qualquer tipo de elevação de custo no dia a dia dos indivíduos afeta sistematicamente a sua capacidade de manter o orçamento. Ele avalia que o aumento no preço do gás vai gerar impacto não apenas nos indivíduos que se alimentam em casa, mas também para aqueles que almoçam fora de casa, com aumento no custo de bares e restaurantes que será repassado para os consumidores.
“Acredito que, diante desse cenário, seria uma alternativa evitar preparar os alimentos em horas separadas, priorizando cozinhá-los no mesmo momento, fazer o aquecimento dos alimentos em instrumentos coletivos, fechar as portas para evitar que o gás se disperse, enfim procurar de alguma forma minimizar os gastos”, salienta o economista.
Ricardo Coimbra ressalta ainda que a busca por energias alternativas é uma escolha válida. “As empresas quase sempre utilizam fontes como a energia solar e o gás natural para o seu processo de produção de alimentos, e essas alternativas podem ser utilizadas, principalmente em investimentos no setor produtivo, para que em algum momento consiga minimizar os impactos e a minimização do gás de cozinha”, aponta.
RG/AT