Para 83,3% dos participantes, a mobilização serve para ajudar a sociedade a identificar problemas, possibilitando o acolhimento e tratamento das pessoas afetadas. Já 16,7% acreditam que se trata de uma iniciativa sem resultados práticos.

A médica psiquiatra Renata Lima ressalta que qualquer campanha de prevenção ao suicídio é válida para alertar a sociedade sobre a seriedade dos casos. “Ainda existe um grande descaso coletivo e despreparo dos agentes da área da saúde para lidar com pessoas que sofrem de depressão. É importante tratar o psicológico do paciente, não apenas com medicamentos, mas também identificando a dor e intensificando os cuidados terapêuticos e de acolhimento”, explica.

Para Renata, a família deve se prontificar a ajudar nos processos de cura da depressão. “Muitas pessoas depressivas não são levadas a sério, porém a campanha ajuda a identificar casos através dos sinais e comportamentos. É importante que parentes e amigos próximos busquem ajuda para o depressivo e possam ver a doença com seriedade, e não como frescura da pessoa”, diz.

Armando Neto, soldado do Corpo de Bombeiros do Ceará e especialista na prevenção de suicídio, explica que a campanha Setembro Amarelo orienta sobre os sintomas principais de depressão e fortalece a busca por cuidados. “Atualmente as pessoas não têm empatia. Não se preocupam com a dor do outro e não conversam. As campanhas de prevenção incentivam o diálogo e mostram que ouvir também é tratar”, assinala.

Para Neto, é importante que a família e amigos próximos, ao identificar problemas de depressão, busquem ajuda e orientação imediatamente. “É preciso quebrar o individualismo e levar a sério qualquer sintoma. Não devemos estimular ações destrutivas e nem fazer brincadeiras. A depressão é uma doença verdadeira, que, se tratada, tem cura”, enfatiza.

GM/CG