Você está aqui: Início Últimas Notícias Trabalhadores denunciam problemas enfrentados pelos Correios
O parlamentar afirmou que os Correios estão sofrendo com “um histórico de sucateamento há vários anos e que, após o golpe dado pela burguesia no governo Dilma, se tornou pior”. Nestor Bezerra ressaltou a necessidade de que a população saiba o que está acontecendo com a instituição.
“Os governos primeiro sucateiam e desempregam, depois privatizam. Essa é a realidade”, alertou o deputado, indicando que o país está sofrendo ataques de todos os lados. O deputado afirmou que apresentará os pontos discutidos na audiência para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) para encaminhamentos de atuação da AL.
Luis Francisco Moreira Santiago, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), pediu que a população apóie os 105 mil funcionários da empresa para lutarem contra o sucateamento. “Problema dos Correios é político”, ressaltou.
Luis Santiago citou as demissões, o fechamento de agências e novos projetos, como o de distribuição domiciliar alternada, que dificultam a realização do trabalho pelos funcionários e afetam a qualidade do serviço. “A empresa fechou os olhos para os clientes e quer entregar esse patrimônio para a iniciativa privada”, apontou. O coordenador do Sintect-CE indicou ainda a necessidade de apoio ao projeto de lei 6385/2016, de autoria do deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), que prevê que os Correios sejam operador logístico do Governo Federal.
Érico Jovino, superintendente dos Correios no Ceará, afirmou que não existe fechamento de agência e demissão em massa, mas um projeto de remodelagem e reestruturação dos Correios para deixar a empresa mais eficiente e concorrente, com melhor atendimento à população. Ele afirmou que 23 grandes intervenções em unidades estão acontecendo no Ceará, com investimento de R$ 3 milhões.
Lembrando o incêndio que o Centro de Triagem de Cartas e Encomendas (CTCE), localizado em Fortaleza, sofreu em fevereiro deste ano, afetando todo o funcionamento da empresa, Érico Jovino afirmou que foi aberto processo de licitação de limpeza e desmonte das ferragens do imóvel e que será contratada uma empresa para emitir laudo sobre o comprometimento da estrutura. Segundo ele, a perspectiva é ampliar o espaço e tornar o Ceará um “HUB de encomendas”.
Carol Pantaleão, diretora da Fentect-CE e Sintect-CE, ressaltou o déficit de funcionários, a falta de materiais básicos em muitas unidades, as más condições de trabalho enfrentadas por quem atua na empresa. “Não adianta pensar que privatizar os Correios vai resolver. Eles vão querer as partes mais rentáveis. Temos que brigar para que a Empresa continue pública, mas com qualidade”, ressaltou Carol, lembrando que os Correios exercem uma função social de estar presente em todos os municípios.
Ao longo da audiência, trabalhadores relataram situações de um cenário de falta de condições de trabalho, falta de profissionais e, consequentemente, a necessidade que trabalhadores cubram grandes áreas de entrega. Também participaram da audiência pública Pablo Albuquerque, diretor sindical e Jersey Oliveira, da Intersindical.
SA/LF