À espera do milagre
Observador leigo em política ficaria certo de que a pré-candidatura do deputado Capitão Wagner ao governo do Estado, prenuncia vitória para a modesta e desarrumada oposição. Se o leitor conhecesse os pronunciamentos contrários ao governo de Camilo Santana, pelo esforço, sairia certo de que o deputado Wagner tem estofo para enfrentar a força governista. Se o Capitão está bem, muito melhor que ele está Camilo Santana. Reiterando o entendimento de que, para qualquer gestão, o essencial é a estabilidade e a segurança do regime, o governador sobra sem dar vez aos advogados do caos, que que tentam desmerecer governantes. Será difícil desbancar a imagem que o Governador vem construindo junto ao povão, com um estilo pautado na simplicidade e na humildade, em seus deslocamentos nas grandes cidades e nos grotões do Estado. Suas virtudes não são comparáveis aos pequenos feitos do Capitão, sem histórico similar ao do chefe do Executivo. Nesses dois quesitos, Capitão Wagner perde feio. Não se deve tirar os méritos do policial que quer ser governador. Ele os tem por afirmação própria com base no direito das conquista que exerceu consultando o povo em todas as eleições a que se submeteu, vencendo-as sempre com excesso de votos. Mas, o seu potencial eleitoral está restrito à Capital. Não se sabe qual será a resposta que lhe dará o eleitor do Interior que só o conhece por ouvir dizer. Wagner é uma liderança emergente em formação, mas ainda não está pronto para uma batalha de generais. As grandes batalhas exigem muito mais. Se for candidato agora, essa liderança emergente, terá de encarar, de frente, um governador amado que sabe conviver com um presidente mal-amado, tirando bom proveito desse relacionamento torto para o Estado. Além de uma atuação de grande equilíbrio financeiro, Camilo faz um governo marcado por projetos e programas sociais de alto alcance. Outro aspecto observado por especialistas em política eleitoral, digno de reflexão, é a importância do número de parlamentares que apoiam o Governo. são 38 deputados governistas contra oito oposicionistas amparados por uma aliança sustentada por 22 partidos. Se insistir, Capitão Wagner marchará inexoravelmente para uma fragorosa derrota nas urnas. Quem lhe enganou, prometendo vitória, estava à espera de um grande milagre. E, hoje, milagres estão escassos até nas igrejas.
Rapinagem. O deputado João Jaime acusou o deputado Capitão Wagner, de rapinagem para desestabilizar o seu partido no Ceará. Num encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, ele tentou “melar” com discórdia a paz interna do DEM.
Desinteresse. Pela primeira vez, a mesa da AL resolveu prorrogar, por 10 dias, o prazo para a apresentação, pelos partidos, de membros para as comissões técnicas, o que mostra o desinteresse de partidos em ano eleitoral.
Medalha. A deputada Fernanda Pessoa (PR) destacou a “Medalha de Mérito Oswaldo Cruz”, uma das mais importantes do País, entregue ao ex-governador Lúcio Alcântara, em solenidade no Palácio do Planalto.