Você está aqui: Início Últimas Notícias Frente Parlamentar propõe mapeamento dos mamógrafos do Estado
A deputada Fernanda Pessoa, que solicitou o debate, esclarece que o objetivo da audiência foi apurar possíveis problemas em exames, diagnóstico e tratamento de mulheres com câncer de mama no Estado. Ela ressaltou também que irá buscar sensibilizar mais parlamentares para que coloquem recursos para o combate à doença na lei orçamentária estadual e afirmou que as mulheres que tenham dificuldade devem procurar a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres. “Podem procurar a Frente e relatar o que está acontecendo, para que a gente possa acompanhar”, enfatizou.
A deputada Rachel Marques (PT) ressaltou a importância da campanha, que é realizada em todo o País, e lembrou que 60% dos casos de câncer no Brasil são detectados em estágio avançado, quando fica mais difícil a cura, por isso a importância de trabalhar a prevenção e o diagnóstico precoce.
Uma das coordenadoras da Campanha Outubro Rosa no Ceará, Valéria Mendonça, ressaltou que o Ceará tem 18% de cobertura mamográfica, uma das piores do País. A presidente da Associação Nossa Casa de Apoio à Paciente com Câncer, Cláudia Belém, completou informando que existem mais de quatro mil mulheres esperando para fazer uma mamografia no Ceará e que o diagnóstico precoce salva mais mulheres e é mais barato do que tratar o câncer em estágio avançado.
Entre os problemas que as mulheres enfrentam na rede pública, a representante do Comitê Municipal do Controle do Câncer de Mama, Daniele Castelo, descreveu alguns. Ela citou dificuldades no agendamento de consultas e exames, além de mamógrafos quebrados há anos, como no caso do Hospital da Mulher. “Tem que ter manutenção frequente. Enquanto fazemos campanhas para prevenção, as mulheres procuram e não têm acesso”, explicou.
Para o primeiro secretário da Sociedade Brasileira de Mastologia, Valderique Macedo, não se pode culpar a mulher pela demora em procurar um médico como se fosse fácil conseguir consultas e exames. “Muitas mulheres querem fazer os exames, mas às vezes não conseguem”. Ele explicou que o câncer de mama é o tipo que mais mata as mulheres brasileiras e que o diagnóstico precoce pode salvar mais de 90% das pacientes. Valderique Macedo destacou também que a baixa qualidade de muitos mamógrafos e o baixo número de profissionais capacitados para fazer os exames, aliados à demora em conseguir uma consulta de retorno para mostrar o exame ao especialista, são problemas presentes no Estado.
A vice-presidente da Associação Rosa Viva, Fausta Soares, cobrou mais comprometimento com a prevenção e lembrou que muitas mulheres enfrentam dificuldades de se consultar e fazer exames por conta do deslocamento ou da violência. “E as que se encorajam encontram mamógrafos quebrados, em pleno mês do Outubro Rosa”, pontuou.
JM/CG