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Estudo aponta que apesar da violência a percepção em geral da criança é de segurança - QR Code Friendly
Terça, 28 Março 2017 18:03

Estudo aponta que apesar da violência a percepção em geral da criança é de segurança

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Estudo aponta que apesar da violência a percepção em geral da criança é de segurança Foto: Dário Gabriel
Um estudo sobre a forma como as crianças e adolescentes enxergam a violência foi apresentado em audiência pública na tarde desta terça-feira (28/03), na Comissão de Infância e Adolescência da Assembleia Legislativa. Foram ouvidas 1.404 crianças e adolescentes (a partir de oito anos) em 12 municípios brasileiros, incluindo Fortaleza. O levantamento apontou que 68% dos entrevistados informaram se sentir seguros, em uma percepção geral.

Para o deputado Renato Roseno (Psol), propositor da audiência publica, a atual sociedade é pautada pelo poder dos adultos. “Os maus-tratos às crianças, homicídios, extermínio, segregação e exclusão são fruto de profunda injustiça, marcas de um modelo civilizatório que não prioriza a relação entre as gerações, o cuidado com a primeira e última gerações. Nossa sociedade é adultocêntrica”, avaliou.

O Instituto Igarapé e a ONG Visão Mundial, idealizadores da pesquisa, informam que o estudo foi viabilizado por conta da falta de dados subjetivos sobre como a violência afeta o dia a dia das crianças e adolescentes e dificulta a implantação de ações e políticas de apoio e prevenção à violência no Brasil.

Segundo a assessora em proteção à infância da Visão Mundial, Karina Lira, uma das responsáveis pela pesquisa, os pesquisadores têm dificuldades de encontrar informações sobre formas de violência contra meninos e meninas. “No Brasil, não temos um sistema de informações que unifique diferentes tipos de notificações. Sabemos que há muitas subnotificações. É muito importante ouvir o que as crianças têm a dizer e como elas percebem a segurança e as formas de violência”, afirmou a pesquisadora.

Sobre a percepção de segurança dos entrevistados, o coordenador da Unicef no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, Rui Aguiar, acredita que o conceito demonstrado pelas crianças e adolescentes que se sentem seguros é o de “estar vivo, não necessariamente de estar sofrendo violência”.

Conforme a pesquisa, em Fortaleza, 71% dos entrevistados demonstraram “alta percepção de segurança”, enquanto 29% indicaram “média percepção”. “Em Fortaleza, foram mortos 450 adolescentes em 2015. Diante de dados tão graves, alguns entrevistados se sentem seguros e não percebem que a violência sofrida em casa tem a ver com o início de uma trajetória que pode pôr fim à vida de crianças e adolescentes”, alertou Rui Aguiar.

Para a superintendente da Rede Estadual da Primeira Infância, Luzia Laffite, as raízes da violência estão na primeira infância. Segundo ela, os índices de violência familiar são graves e não se tornam conhecidos, por isso, não têm grande fluxo de resolução. “Só chegam aos hospitais e conselhos casos graves de violência. Deixar a criança de castigo em cima do milho, bater na criança ou mesmo a violência psicológica e negligência também são casos de violência”.

A assistente social da Secretaria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra), Érica Araújo, informa que a Pasta atende em seus equipamentos diversos casos de violência que acontecem no âmbito familiar, como casos de abuso sexual, violência física e psicológica. Érica citou a importância de articular as redes ligadas à proteção da infância e adolescência para mudar a cultura da violência.

Também participaram da audiência pública a secretária municipal de Assistência Social de Horizonte, Shirley Braga; o secretário municipal de Educação de Horizonte, Reginaldo Cavalcante Domingos; a presidente da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios (APDMCE), Rosa Almeida, e a coordenadora do Fórum DCA, Mara Carneiro.

LF/AP

 

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 1604 vezes Última modificação em Terça, 28 Março 2017 21:35

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