Você está aqui: Início Últimas Notícias Autoridades avaliam recomendações do relatório sobre homicídios na adolescência
A vice-governadora do Estado, Izolda Cela, agradeceu o empenho de todos os participantes na produção do estudo. Ela ressaltou que o texto tira o leitor de uma visão superficial do problema e apresenta a realidade organizada em dados e relatos de familiares que perderam parentes ainda adolescentes ou crianças.
“Não podemos avaliar esses dados pelo ponto de vista da repressão qualificada, pois esta precisa ainda se esforçar muito, principalmente em pontos como inquéritos e resoluções”, ressaltou Izolda Cela. Ela enfatizou a necessidade de analisar o contexto social e de realizar ações preventivas. “A prevenção tem como principal ferramenta o fortalecimento de políticas públicas. Ela tem esse poder de afastar e recuperar os jovens”, avaliou Izolda.
Para o secretário executivo da Secretaria Municipal da Segurança Cidadã de Fortaleza, Antônio Vieira Filho, o relatório redimensiona o olhar das secretarias da Segurança Pública de Fortaleza e do Estado quanto à postura de relacionar os assassinados somente ao tráfico de drogas. “É um olhar diferente do que estamos acostumados a ter, e isso só melhorará as nossas ações”, analisa.
Antônio Vieira informou que a Prefeitura já vem adotando ações que têm impacto na segurança, como a “revitalização das praças e iluminação das ruas”. “Juntando esse tipo de ação com as instruções do Comitê, poderemos agir melhor em relação aos jovens”, apontou o secretário.
A defensora pública geral do Estado do Ceará, Mariana Lobo, ressaltou que a Defensoria Pública se insere em vários dos eixos apresentados pelo relatório. Ela apontou ainda a importância da assistência às famílias dos jovens e a necessidade da ligação com todas as redes de apoio, frisando que o trabalho do Comitê não deve parar no estudo. “Que esses dados sirvam para uma reflexão do papel das instituições na mudança da realidade dessas crianças e adolescentes”, ponderou.
Representando o Fórum Permanente de Organizações Não Governamentais de Defesa da Criança e do Adolescente, Davi Vieira afirmou que esses estudos por si só não mudam a realidade. Mas, na avaliação dele, se o relatório realmente servir para nortear as ações governamentais, pode gerar uma verdadeira transformação.
“Eixos como apoio e proteção às famílias das vítimas, o combate ao abandono das escolas e a oferta de oportunidade trabalho podem mudar completamente o destino daquelas crianças e adolescentes. Que essas ideias saiam do papel e virem uma realidade”, defendeu Davi Vieira.
De acordo com a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Nadja Furtado, as preocupações que o Comitê apresentou são alvo dos esforços do Conselho diariamente. Para ela, um dos principais desafios apresentados no relatório é a inclusão escolar. “Não é que os jovens tenham que estar o dia todo na escola, mas que o tempo lá seja usado de forma ainda mais proveitosa”, afirma.
LA/GS