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Demanda de 7.600 poços não será atendida - QR Code Friendly
Quarta, 07 Dezembro 2016 04:07

Demanda de 7.600 poços não será atendida

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Mesmo que venha utilizar a capacidade plena de pessoal e equipamentos dos governos federal e estadual, o Ceará chegará em março de 2017 com uma demanda não atendida de 7.600 poços a serem perfurados. Afora isso, não há prazo para o início das atividades de reúso de águas de esgotos da rede metropolitana para atender o polo siderúrgico do Pecém. As informações são do presidente da Comissão Especial para acompanhar e monitorar o andamento das obras de transposição do Rio São Francisco, deputado estadual Carlos Mattos (PSDB).   Essas ações, que são complementares com outras medidas para suprir o déficit de água no Estado do Ceará, caso não haja uma recarga suficiente dos açudes até março do próximo ano, foram debatidas, ontem, durante a reunião semanal da Comissão Especial do São Francisco, que teve como principal ponto da pauta ações para simplificar a perfuração de poços.   Durante a reunião, que aconteceu na Assembleia Legislativa, o diretor geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Ângelo Guerra, informou que há uma demanda por perfuração de 3.000 poços. No entanto, enfatizou a precariedade das perfuratrizes existentes. "Temos três que não fazem o trabalho de uma", desabafou.   Perfurações   Enquanto isso, o governo do Estado, por meio da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), comunicou que a demanda qualificada (ou seja, a que foi devidamente encaminhada pelas entidades comunitárias ou prefeituras) é em torno de 6.000 poços. Numa conta que considera o total de perfuratrizes desses órgãos e do Dnocs, somente podem ser atendidos 1.400 poços até março do próximo ano, quando a quadra chuvosa pode ser abaixo da média histórica.   Além disso, há dificuldades relatadas de outorga da água, licença ambiental e até de uso de energia elétrica que têm dificultado a viabilização dessa captação de água, nas regiões mais afetadas pela carência de outros recursos hídricos. Afora isso, há poços que secaram.   O superintendente de Sustentabilidade da Companhia de Água e Esgotos do Ceará (Cagece), Ronner Gondim, informou que a utilização das águas dos esgotos de Fortaleza para tratamento e, na etapa seguinte, destinação ao polo siderúrgico do Pecém, ainda se encontra em estudos. Ronner não precisou qual a empresa, de origem francesa, como disse o governador Camilo Santana, que fará a venda da água tratada para fins industriais. No entanto, nomeou a empresa Utilitas, que a Cagece já mantém negócios voltados, especialmente, para o Pecém, como uma das parceiras.   A estimativa é que 20% da água de esgotos mantidos pela Cagece destinam-se ao mar, por meio do interceptor oceânico. Com a operação do segmento de reúso, se reduziria a demanda pela água do Açude Castanhão, com reservas priorizadas para o consumo humano. Segundo informou o assessor da presidência da Cagece, Hélder Cortez, os estudos atuais ainda envolvem desde as tubulações para o transporte até a siderúrgica quanto à modelagem da estação.   Para Carlos Mattos, há um atraso significativo nas ações empreendidas para suprir as demandas de água, caso haja um sexto ano consecutivo de seca. "O Ceará apostou todas as fichas na obra de transposição, que não deverá atender o Estado até o fim do próximo ano. Com isso, não se apressou em ações complementares, que seriam o reúso da água e a dessalinização".
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