Você está aqui: Início Últimas Notícias Comissão do São Francisco aponta soluções para evitar a crise hídrica no CE
Como encaminhamento, o presidente do Colegiado, deputado Carlos Matos (PSDB), informou sobre a realização de uma nova reunião na próxima terça-feira (06/12), com o objetivo de elaborar um relatório preliminar que responda aos oitos pontos do relatório da Fiec. Além disso, Carlos Matos também propôs a criação de um grupo técnico para estudar possíveis soluções para o problema da crise hídrica. “A ideia é criar um grupo de sustentabilidade hídrica com foco emergencial e foco estruturante. Se ele vai ser permanente ou não, vamos analisar depois”, destacou o deputado.
O parlamentar leu ainda, durante a reunião, um relatório apresentado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) que apresentava oito pontos problemáticos do tema: insuficiência de infraestrutura hídrica, descontinuidade de políticas públicas, ausência de gestão integrada, falta de sinergia e interação entre os atores, baixo investimento público em saneamento, cultura de desperdício, alta concentração de ligações irregulares e ineficiência de fiscalização.
Para o secretário adjunto da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH), Ramon Rodrigues, a dispensa de licitação das obras do rio São Francisco – proposta pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho – não seria a medida mais adequada para acelerar a resolução da crise. Mesmo a dispensa de licitação passa por uma série de questões que devem ser obedecidas. Você tem que ter uma justificativa para aquilo”, explicou.
Como ação principal de combate à seca, o secretário sugeriu a duplicação do Eixão das Águas e a construção de uma série de adutoras estruturantes para ligar as cidades do Baixo Jaguaribe diretamente ao Eixão. Segundo ele, a obra custaria em torno de R$ 600 milhões.
Já o integrante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Prado, apresentou o exemplo da Espanha, que abastece todas as atividades e população do litoral com dessalinização, como alternativa para o enfrentamento da crise hídrica. “A água é mais cara, mas eles procuram privilegiar as atividades do litoral com água dessalinizada para evitar o transporte da água, já que a população já está ali, e usam a água do interior, a água de transposição, nas atividades produtivas”, informou.
O presidente da Gram-Eollic, Fernando Ximenes, sugeriu algumas medidas de longo prazo, como investimentos na tecnologia da placa solar, uma placa híbrida que produz água quente e energia ao mesmo tempo.
O representante do Banco do Nordeste, Jeânia Rogério Gomes, afirmou que a entidade está prestes a lançar uma linha de crédito para o uso eficiente de água.
Estiveram também presentes na reunião o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz; a diretora-executiva da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arce), Tatiana Sampaio; o chefe de gabinete do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Rogério Nogueira, entre outros representantes de entidades afins e do setor produtivo.
BD/AP