Caso se confirme a retirada da candidatura própria, o destino do PMDB nas eleições deste ano é marchar junto com o pré-candidato Capitão Wagner (PR), na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. A discussão sobre o rumo a ser seguido pelos peemedebistas será aprofundada nos próximos dias, em uma reunião com o senador Eunício Oliveira, que deve desembarcar na Capital ainda hoje. Oficialmente, o partido mantém o discurso de postulação própria. Mas, nos bastidores, a informação que a legenda já articula a composição para indicar o vice na chapa com o republicano.
“Defendo que o PMDB deveria ter candidatura própria em Fortaleza. Ocorre que essa tratativa demorou, inclusive, inviabilizando a candidatura do deputado federal Vitor Valim, que não se afastou da apresentação de seu programa de TV por ausência dessa definição. Vejo, então, como caminho natural apoiar a candidatura de um aliado. E o primeiro a passar por essa crítica construtiva seria o deputado Capitão Wagner”, frisou o deputado estadual Audic Mota (PMDB).
Segundo Audic, o partido já vinha conversando com Wagner e, por isso, não vê problemas em apoiá-lo. “Estamos em contato direto, principalmente a bancada estadual que convive diariamente com ele na Assembleia. Não vejo problemas. É um aliado desde a campanha de 2014 e se relaciona bem com membros do partido”, salientou o peemedebista.
A deputada Doutora Silvana (PMDB) também se mostrou inclinada a defender um acordo com o candidato do PR. Ela ilustra que conversas internas já sinalizam neste contexto, inclusive com a possibilidade de indicar o atual vice-prefeito Gaudêncio Lucena para compor a chapa com Capitão Wagner. “Até agora, tudo sinaliza para isso. É ir com Capitão Wagner e vice com Gaudêncio. Poderemos ter um segundo turno só com a oposição”, disse ela. A parlamentar acredita que “disputa municipal mostrará uma leitura da instabilidade que passa o País”.
Entretanto, nos bastidores, circula a informação de que Gaudêncio não quer disputar o cargo. E, portanto, deverá indicar o advogado Fernando Férrer para a posição. O advogado, também já não esconde que está articulando para sair candidato a vice na chapa com Capitão Wagner, inclusive tem sido visto nos corredores da Assembleia em conversa com peemedebistas. Ao jornal O Estado, ele afirmou que “está à disposição do partido” e que inclusive deixou de apresentar seu programa em uma emissora local. “Podemos pleitear a vice com o nome do atual vice Gaudêncio Lucena. Caso não seja ele, será quem ele indicar”, afirmou.
Na semana passada, o PMDB Fortaleza chegou a confirmar que entraria na corrida pela chefia do Palácio do Bispo. O nome seria o deputado Vitor Valim. Todavia, o parlamentar disse que não pretendia entrar na disputa e afirmou ainda estar inelegível pelos prazos da Justiça Eleitoral, uma vez que não deixou de apresentar programa de televisão. Valim disputava a indicação com outros dois peemedebistas. Entre os pré-candidatos, estão o vice-prefeito Gaudêncio Lucena e o ex-vereador Marcelo Mendes.
Apoios
Capitão Wagner, porém, informou que, por enquanto, “são só rumores”, tendo em vista a expectativa de fechar apoio não só com o PMDB, mas com o Solidariedade. “Existe uma adesão interna muito boa, mas precisamos manter o distanciamento necessário, para que os partidos não se sintam pressionados”, disse ele, acrescentando que, nos próximos dias, as siglas devem apresentar suas definições sobre a disputa deste ano.