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Ao defender Lula, aliados falam em “espionagem” - QR Code Friendly
Sexta, 18 Março 2016 05:46

Ao defender Lula, aliados falam em “espionagem”

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A polêmica envolvendo a nomeação do ex-presidente Lula para o ministério da Casa Civil e a divulgação de gravações telefônicas do petista com a presidente Dilma Rousseff e outros aliados mobilizou o debate, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa. Os deputados petistas chegaram cedo à Casa para garantir a inscrição entre os parlamentares que poderiam fazer uso da tribuna da AL. Cada um dos seis “tempos” de 15 minutos é “reservado” aos que assinarem o livro de presença antes da sessão. Ontem, a estratégia funcionou e a defesa de Lula e Dilma dominou o primeiro expediente.   Sem criticar o teor dos diálogos flagrados nas interceptações, a deputada Rachel Marques (PT) condenou a divulgação dos áudios referentes as conversas telefônicas grampeadas com a autorização da justiça. “A divulgação desse áudio só contribuiu para o agravamento do conflito político. Vai contra a constitucionalidade e ofende o Estado democrático de direito, tanto que acontecem atos importantes de juristas defendendo a legalidade e a democracia. Esta atitude de um juiz de primeira instância atinge sim a nossas normas constitucionais”, afirmou a parlamentar, referindo-se à decisão do juiz Sérgio Moro de liberar a divulgação das escutas telefônicas .   A petista salientou ainda que regras constitucionais e processuais não podem ser quebradas, mesmo em nome do combate à corrupção. Ela leu uma nota da Ordem dos Advogados Brasileiros- Seção Rio de Janeiro, onde seus membros repudiam a divulgação da conversa telefônica entre o ex-presidente e a presidente.   O deputado Moisés Braz (PT) afirmou que o Partido dos Trabalhadores tem como princípio a apuração das denúncias de corrupção para qualquer membro seu e que apoiam as manifestações públicas “Que sejam apuradas as denúncias de corrupção, doa a quem doer. Apoiamos as manifestações contra a corrupção de uma maneira geral”, afirmou.   Espionagem Já Elmano de Freitas centrou forças em defender a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro da Casa Civil. Segundo ele, a medida deu “nova esperança ao povo brasileiro, que sabe da capacidade de Lula em construir uma mudança na atual política econômica do País”. Elmano Freitas avaliou a divulgação das gravações telefônicas como “ato de espionagem” encabeçado pelo juiz Sérgio Moro contra Dilma Rousseff. De acordo com ele, o ato foi “moralmente errado”, e assim seria considerado se fosse feito também com um cidadão comum. “Esse tipo de coisa pode implicar em chantagem. A legalidade deve ser aplicada a todos, especialmente aos juízes”, frisou.   Cenário Ao avaliar o cenário político nacional, o deputado Renato Roseno disse que há um clamor da população brasileira e o momento requer serenidade e firmeza. “Estamos vendo uma situação de conflagração social, beirando a irracionalidade, e se voltará contra aqueles que querem mais democracia, se as forças da sociedade não se organizarem”, alertou.   Para Renato Roseno, os argumentos da oposição são usados para legitimar as intenções. O parlamentar revelou que o patronato está ameaçando a cidadania, quando se reúne e resolve paralisar a produção. “Empresários estiveram reunidos e querem fazer o lockout. Não se pode cair no vale tudo. Se o condomínio eleitoral do PT/PMDB caiu no vale tudo, o vale tudo não vale para apeá-lo do poder”, ressaltou.   Instituições Outro que se manifestou durante debate no plenário foi o deputado Ferreira Aragão (PDT). Ele defendeu a necessidade de se fortalecer as instituições brasileiras e da obediência à Constituição Federal. “Temos que apurar o que está errado no País, prender quem roubou o dinheiro e fazê-los devolver. Mas sem rasgar a Constituição. Não podemos atropelar as coisas no afã de fazer justiça e desrespeitando os trâmites normais de uma apuração de crime”, disse.   Oposição O líder do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado estadual Carlos Matos, avaliou a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff como uma afronta à Justiça e classificou o ato como uma “renúncia branca” de Dilma Rousseff. “Ela preferiu salvar um amigo a salvar o País”, ressaltou.   Já o deputado João Jaime (DEM) disse acreditar no direto de defesa. Ao se referir a conversas grampeadas entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula pela Polícia Federal, o parlamentar afirmou que isso mostra como a política se processa hoje no Brasil. O parlamentar criticou as tentativas de manobras dos petistas em defesa do ex-presidente. “Isso não deixa a menor dúvida de que não dá para continuar com esse Governo corrupto”, avaliou.  
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