A manifestação pró-impeachment, ontem, em Fortaleza, na Praça Portugal, teve adesão menor, em relação aos últimos três manifestos contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Contudo, contou com uma presença maior de políticos cearenses, principalmente do PMDB e PSDB. Um boneco inflável da presidente Dilma foi erguido na praça. De acordo com os organizadores, cinco mil pessoas participaram do evento. A Polícia Militar não quis comentar o número de manifestantes. Usando roupas das cores da bandeira do Brasil, os manifestantes exibiram cartazes onde diziam “Fora Dilma” e defendiam que o “Impeachment não é Golpe”. Gritos de ordem foram proferidos contra o Governo, ex-presidente Lula e alguns políticos petistas.
De acordo com os organizadores, a manifestação de ontem foi apenas um “esquenta” para uma grande mobilização que está sendo articulada, em função do resultado do impeachment na Câmara Federal. Os organizadores mostraram vários cartazes com fotos de políticos que são contra o impeachment e classificaram como “políticos contra o povo”, como também lembraram os nomes dos políticos que estão a favor do impeachment. “Nós não precisamos provar nada para ninguém. As estatísticas dizem que o País quer o impeachment. Isso é democracia”, disse Paulo Angelim, um dos organizadores da manifestação. “Nós só queremos que se cumpra a Constituição, ninguém é golpista”, defendeu Edison Machado, também organizador do protesto.
Acompanhando o manifesto, o deputado federal tucano, Raimundo Gomes de Matos, disse lamentar que algumas lideranças políticas tratam as manifestações como golpe. “Esses que dizem que somos golpistas, deveriam ler a Constituição, ver que houve crime de responsabilidade fiscal. Compete a nós, deputados, analisarmos e abrimos um prazo para que a Presidente apresente suas defesas. O que nós não pudemos é deixar que o caos e a corrupção se instale no Brasil”, disse o parlamentar ao jornal O Estado.
O deputado Leonardo Araújo (PMDB) disse que as manifestações em todo País representam a vontade do povo de mudança. “O PT defendeu o impeachment do Collor por um simples recebimento de um Fiat Elba, e o PT já desviou milhões de nossas nações”, criticou.
Já o deputado Carlos Matos (PSDB), que também esteve presente a outros atos, pondera que a manifestação classificada como “esquenta” representa que a sociedade está “atordoada” sobre o que está acontecendo na política. “A presidente Dilma perdeu a condição de dirigir o País. Ela fez tudo aquilo que um presidente não deveria fazer. Ficou evidente que houve desvio de recursos, porque ela fez empréstimo sem consultar o Congresso Nacional”, destacou. Estiveram ainda no ato os deputados Moses Rodrigues (PPS), Moroni Torgan (DEM), Vitor Valim (PMDB), Doutora Silvana (PMDB), Audic Mota (PMDB), Genesias Noronha (SD).A manifestação durou cerca de cinco horas. O protesto foi pacífico e concentrou-se apenas na Praça Portugal. Por volta das 18h30min, os manifestantes começaram a se dispersar.