Mais de 90% dos produtores rurais do Ceará e do Nordeste se encontram sem nenhuma condição de saldar suas dívidas com o BNB. A dolorosa conclusão é de quem conhece de perto as alegrias e agruras desse setor, o engenheiro agrônomo Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará – Faec. Para ele, não há outro caminho a não ser a prorrogação do pagamento das dívidas de 2015 e 2016 para depois do prazo já estipulado no contrato com o BNB. Depois de quatro anos de seca e conseqüente falta de água, diz Saboya, “é até um milagre a persistência dos produtores em não se deixarem abater definitivamente”.
Por conta desse ambiente de desolação, Saboya tem reunião marcada com a Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, a quem entregará um minucioso e realista “dossiê”, assinado por todos os presidentes de sindicatos rurais do Estado, o mesmo ocorrendo em relação ao presidente da CNA, João Martins Júnior, expondo todo o sofrimento vivido pelos produtores.
Sobre o mesmo assunto, os sindicatos querem uma audiência pública na AL, com a participação de toda a bancada federal do Ceará, assim como representantes dos ministérios relacionados com o problema, para discutir, mais uma vez o endividamento rural, mostrando a destruição que o estio e o sumiço das águas têm causado. Segundo o dirigente da Faec, não há mais como adiar uma mobilização total dos 151 deputados federais do Nordeste, que se agirem em bloco poderão ainda impedir a falência total da agropecuária de 1/3 do território nacional.
Bons frutos Na sua gestão, o governador Tasso Jereissati criou a Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, com ótimos frutos para o estado. Suspensa no governo Cid, a referida Assessoria foi reativada pelo governador Camilo Santana, uma de suas melhores medidas.