Segundo Eliane, no Ceará ainda há grande registro de ocorrências de exploração de trabalhadores. Além disso, o Estado é exportador de mão de obra escrava para o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil. “Apesar de ser reconhecida esta prática, sentimos falta de denúncias. A maior queixa que recebo é dos auditores fiscais do trabalho que reclamam a ausência da proteção do Estado para o exercício do seu trabalho. A presença da CPI no Ceará será excelente porque já debatemos o tema outras vezes, mas queremos avançar em soluções para o problema”, afirmou a parlamentar.
A deputada revelou, ainda, que casos de trabalho escravo foram identificados no interior do Estado nos últimos anos. Atualmente, quatro estabelecimentos cearenses constam na lista suja do Ministério do Trabalho. Algumas entidades acreditam que os números não correspondem à realidade e que, aumentando a fiscalização, mais casos podem surgir.
No encontro com os presidentes das comissões, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, deputado Cláudio Puty (PT-PA), disse que, durante as visitas, serão tomadas como base os 294 nomes indicados na lista suja do Ministério do Trabalho para começar a ouvir vítimas e acusados de trabalho escravo no Brasil. “Queremos encontrar caminhos para erradicar essa praga e, para isso, conheceremos em profundidade a real situação nos estados”, disse Puty.
Da redação/JU