Você está aqui: Início Últimas Notícias AL debate aquecimento global e ações ambientais que CE deve adotar
A audiência foi requerida pela presidente da comissão, deputada Dra. Silvana (PMDB), e foi realizada em conjunto com a Câmara Municipal de Fortaleza.
Segundo a deputada, é observado um agravamento dos problemas climáticos, mas muitos acham que podem continuar explorando a natureza de forma inconsequente. “É preciso chamar o Estado para essa responsabilidade e a população também. A mudança climática não está só no resto do mundo, a gente sente no Ceará também”, afirmou.
O professor da Uece, doutor em Ciências Atmosféricas pela Colorado State University (2000), Alexandre Costa, explicou que este é um momento de muita gravidade e que o planeta vive uma crise ecológica em escala global. Segundo ele, há cerca de 25 anos, os cientistas já alertavam para mudanças climáticas perigosas em função do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera.
De acordo com o professor, os recursos naturais têm sido consumidos de forma ilimitada e perigosa. “Este ano foi o primeiro em que os seres humanos consumiram mais água do que o planeta é capaz de repor”, informou.
Para Alexandre Costa, o Ceará também contribui com esse quadro. Ele explicou que, nos últimos anos, o Estado estimulou atividades econômicas que demandam enormes quantidades de água, como construção de termelétricas e exploração de minérios em Santa Quitéria.
O professor destacou ainda ações necessárias para evitar agravamento da crise ambiental no Estado e no mundo, como: defender o direito de acesso à água, investimento em energia solar residencial, transporte público e não poluente, defesa das áreas verdes, combate ao desflorestamento, adoção de medidas legais e tributárias mais enérgicas contra a poluição.
O líder indígena dos Anacés, Roberto Marques, criticou a forma de exploração dos recursos naturais na região do Pecém e explicou que eles estão sofrendo com a poluição que vem do transporte de carvão que alimenta a termelétrica daquela região.
O cacique dos Anacés, Antônio Ferreira, explicou que antigamente havia respeito à terra, “mas hoje os terrenos são loteados e é dada prioridade à criação de gado, desfavorecendo comunidades indígenas que não têm suas terras demarcadas”.
O vereador João Alfredo (Psol) ressaltou que “não se pode pensar mais no interesse das empresas do que das populações”. Segundo ele, o Ceará teria condições de se tornar uma referência para todo o País, pois tem condições de explorar energia solar e eólica, inclusive em programas habitacionais do Governo.
Também estiveram presentes na audiência o deputado Renato Roseno (Psol); as representantes do Fórum Ceará no Clima, Mariana Guedes, e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Seuma), Magda Marinho Braga, além da líder indígena Ana Clécia Souza.
JM/AP