Os deputados estaduais cearenses ao retornarem as atividades legislativas, ontem, foram surpreendidos por representantes da Defensoria Pública do Estado e do Sindicato Apeoc, que cobravam a aprovação de matérias que tratam de melhoria salarial para suas categorias. Durante, praticamente, toda a sessão ordinária, eles abordavam os parlamentares em busca de um direcionamento para as votações das propostas, que comumente só são feitas às quintas-feiras no Poder Legislativo do Estado. Os defensores públicos, por exemplo, há alguns meses estão se deslocando até a Casa Legislativa para cobrarem a tramitação de um projeto que encaminharam para o Legislativo querendo igualar seus subsídios aos dos membros do Ministério Público Estadual. Segundo informou um dos representantes do grupo, a mensagem estaria no gabinete do presidente Zezinho Albuquerque (PROS), mas ainda não tinha sido levada a plenário. "A única matéria que ainda não tramitou foi a da Defensoria, e estamos aqui, justamente, conversando com os deputados para darem atenção ao processo. Essa é uma adequação remuneratória que ainda não está garantida", disse o defensor público Thiago Tozzi. Cerca de 15 defensores estavam na Assembleia, ontem, no período da manhã. Desde quando a matéria chegou à Assembleia tem sido grande a peregrinação de defensores procurando apoio dos deputados para que ela seja aprovada. O presidente da Assembleia, José Albuquerque, chegou a dizer à defensora geral, Andréa Coelho que não ia colocar a matéria para votação em razão das dificuldades financeiras do Estado. Alguns deputados, no entanto, do grupo de oposição, alimentavam a ideia de a proposta poder ser votada como foi encaminhada à Assembleia. Para os deputados governistas, o governador Camilo Santana ainda não os liberou para votarem favoravelmente ao aumento pretendido pelo defensores públicos. Eles alegam a repercussão financeira que a aprovação da proposta vai gerar. Piso O presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo, também esteve na Assembleia para cobrar celeridade na aprovação da matéria que trata do reajuste salarial dos professores do Estado. Segundo ele, está havendo uma "falta de entrosamento" entre as lideranças e os demais parlamentares da base governista. "Estamos observando uma letargia ou falta de iniciativa em considerar pautas que são de interesses de toda uma categoria. Está havendo problemas em relação à tramitação, e esperávamos que ela fosse pautada hoje (ontem)", reclamou. Conforme informou, o acordo com o governador Camilo Santana era de que a mensagem fosse aprovada ainda no mês de junho, sancionada e publicada, para ter implementação em julho e os professores passassem a receber o novo piso em julho. "Esse foi um acordo entre o governador e o Sindicato. Por isso, a Assembleia tem que colocar o pé no acelerador", intimou o dirigente. Ele aguardava que a mensagem fosse aprovada na semana passada, mas devido à falta de sessões, a matéria deve ser apreciada até amanhã, conforme garantiu o líder do Governo.