Você está aqui: Início Últimas Notícias Movimento social critica projeto de reforma política em debate na Câmara
O deputado Elmano de Freitas ressaltou a importância de se debater a visão da sociedade civil sobre a reforma política, a qual classificou como "reforma eleitoral". "A sociedade também quer o aperfeiçoamento do sistema eleitoral, mas pretende uma reforma política muito mais profunda, que possa colocar no centro do debate a participação do povo nas decisões e retirada do poder econômico da política, como temos presenciado nos últimos anos", disse Elmano.
Para o deputado Moisés Braz, o debate sobre reforma política está sendo realizado de forma tímida e não vem ocorrendo com a participação dos movimentos sociais e da sociedade civil. "O que esta sendo apresentado, na minha visão, é uma minireforma eleitoral, e não a grande reforma política que temos debatido nas rodas de debates políticos", pontuou o parlamentar.
Hélder Nogueira, secretário geral da CUT-CE, colocou que o que está prestes a ser votado pelo Congresso Nacional é “uma contrareforma política, que tem como foco prioritário a regulamentação na Constituição do financiamento empresarial de campanha. Se isso for aprovado, teremos o que compreendemos como corrupção ilimitada”.
O advogado Benedito Bezerril, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (secção Ceará) na Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, opinou que a maioria das pessoas não se sente representada nos Parlamentos. "Isso ocorre porque o nosso sistema político eleitoral está estruturado para garantir interesses e privilégios de uma elite que domina o processo eleitoral brasileiro, através do financiamento de campanhas eleitorais".
Cineide Almeida, representante do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu), classificou a atual proposta de reforma política como "uma tentativa de golpe contra o povo brasileiro", que deve ser combatida com representação popular. Para ela, a reforma deve garantir os direitos dos trabalhadores e extinguir o financiamento privado de campanhas políticas. "Hoje é o maior problema da corrupção. Estamos propondo financiamento público dessas campanhas e o fim da sub-representação nas candidaturas".
Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), Luiz Carlos Ribeiro chamou a atenção para a necessidade de resgate da dignidade e credibilidade de política do país. "Isso requer muita luta para colocar este debate em todas as instâncias e não deixar que aconteça apenas a reforma política para quem está nos espaços de poder já constituídos", avalia.
Representando a Agência de Informação Frei Tito para América Latina (Adital), padre Ermanno Allegri destacou que o Brasil não dispõe de meios de comunicação que se oponham ao atual sistema político. "Temos que pensar e agir para comunicar para as massas. Devemos parar de esperar que o Governo faça a redemocratização da informação, porque não vai fazer".
Participaram ainda da audiência representações de movimentos sociais e partidos políticos.
LF/CG