Você está aqui: Início Últimas Notícias Familiares cobram melhoria no programa que atende crianças com alergia alimentar
Renato Roseno ressaltou que alergias e intolerâncias alimentares se tornaram um problema de saúde pública. “Envolve já mais de 8% de crianças e adolescentes no Ceará. Pode acarretar inúmeros constrangimentos e até óbitos, em razão de problemas respiratórios e gastrointestinais”, pontuou. O parlamentar lamentou que o APLV, que faz parte das ações da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), não atenda a atual demanda e apontou a necessidade de que o programa seja melhorado, para além da Região Metropolitana de Fortaleza.
Casos de alergia alimentar na infância vêm aumentando no mundo inteiro, segundo alertou Janaira Fernandes, secretária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia no Ceará (Asabai-CE). “Acreditamos que isso se deve a um melhor diagnóstico, pois temos um melhor acesso à saúde hoje do que há 20, 30 anos. E também (se deve) a mudanças ambientais que tivemos nos últimos anos, que podem estar impactando alguns genes, mudando o perfil de alergia na população”, explicou.
Aline Saraiva, representando mães de crianças com alergia alimentar, cobrou uma melhor organização do programa, de forma que possibilite inclusive a marcação de consultas para as crianças. “Há muitas famílias com crianças de 0 a 1 ano que não estão conseguindo entrar no programa”, lamentou. Segundo ela, muitas famílias não têm condições de arcar com a fórmula que substitui o leite de vaca. “Uma lata de 400 gramas custa, em média, de R$ 170 a R$ 200”.
Nutricionista do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Virgínia Guerra contou que o Ceará montou um protocolo de atendimento. “Nosso protocolo é mais abrangente que o do Ministério da Saúde e do Estado de São Paulo, que não fazem tratamento, apenas dispensam as fórmulas”, disse. Hoje, o atendimento acontece no Hias e no Núcleo de Atenção Médica Integrada (Nami) da Universidade de Fortaleza (Unifor). A meta do programa é ampliar para os hospitais regionais de Sobral e Crato, para suprir demanda do Interior. Ainda está previsto treinamento com a atenção básica, em junho deste ano, para capacitar os profissionais a identificar, prevenir, e tratar as intolerâncias alimentares.
Francisco Einstein do Nascimento, coordenador de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado (Coasf/Sesa), explicou que, para diminuir a demanda de crianças vindas do Interior, o ideal seria estabelecer um pacto entre Estado e municípios que garantisse acompanhamento aos pacientes. Atualmente, segundo Einstein, o Programa de APLV conta com R$ 6 milhões para a compra do leite especial.
Coordenador da Assessoria Jurídica da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Antônio Tadeu Uchoa Filho alertou para a existência da Lei Federal 8080/90, que determina que o Poder Público deve dar assistência de saúde integral, inclusive no que diz respeito a medicamentos.
LF/CG