Na avaliação do deputado Ely Aguiar (PSDC), a população precisa ser melhor informada sobre o que é de fato o financiamento público de campanha. O parlamentar concorda com os internautas que defenderam a destinação de recursos públicos para áreas como a saúde e educação, em vez de financiarem campanhas de políticos.
“Na minha visão, financiar campanha é tirar recursos públicos, em um país endividado como o nosso, para financiar campanhas políticas, o que considero uma coisa esdrúxula. Defendo, sim, que se estipule um teto de financiamento privado para as campanhas, mas de forma alguma um financiamento público”, salientou o parlamentar.
Já o deputado Renato Roseno (Psol) avalia que o resultado da enquete reflete a compreensão da população de que os males da corrupção estão diretamente ligados ao financiamento empresarial e milionário das campanhas. “O fim do financiamento empresarial é passo fundamental na reforma política. Sem isso teremos ainda por muito tempo bancadas de latifundiários, empreiteiros e banqueiros ditando os rumos da política”, assinalou. Ainda segundo Roseno, “o Brasil tem as campanhas políticas mais caras do mundo e isso ocorre com a participação de empresas que compensam depois, com contratos fraudulentos, o investimento feito”.
O deputado Elmano Freitas (PT) endossa a avaliação da maioria dos internautas. Para ele, com o atual sistema de financiamento de campanhas, os políticos eleitos ficam reféns dos interesses de quem os financiou. “Isso acontece por causa da influência que o poder econômico exerce sobre as campanhas eleitorais. Somente com o fim da doação de empresas e a conseqüente criação do financiamento público de campanha, será possível solucionar essa distorção ”, ressaltou Elmano.
O cientista político João Paulo Bandeira de Souza se mostra favorável ao financiamento público, mas ressalta que a corrupção não vai ser resolvida com sua implantação. “O que pode inibir a corrupção é o combate permanente das instituições, a fiscalização e leis duras. Então, embora não veja o financiamento tão associado com o combate à corrupção, acredito que ele cria novos espaços de fazer política e propicia condições para que pessoas comuns sejam mais competitivas na disputa por espaços eleitorais”, pontuou o especialista.
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