Audiência pública debate o projeto de lei nº 5.807/2013
Foto: Dário Gabriel
O projeto de lei nº 5.807/2013, da Câmara dos Deputados, foi debatido, na tarde desta quinta-feira (17/10), pela Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da Assembleia, por solicitação do deputado Lula Morais (PCdoB). A matéria trata do novo marco regulatório da mineração, também chamado de Código Minerário, com a instituição de novas regras relativas à atividade do setor no Brasil e a criação do Conselho Nacional de Política Mineral e da Agência Nacional de Mineração.
De acordo com Lula, as riquezas do País, desde sua descoberta, vêm sendo exploradas secularmente, sejam elas de origem vegetal ou mineral. “Daqui já se levou ouro, ferro e minérios de todas as ordens. Porém, esse Código permitirá dizer que este importante segmento da economia está sob a mão da União”, acrescentou.
Segundo ele, por meio desse Conselho Nacional de Política Mineral, será constituída uma agência reguladora para fiscalizar a exploração. Lula lembrou ainda que, quando o Estado concedia a exploração de uma mina, ela poderia ser explorada até a sua exaustão e, com esse marco regulatório, será definido um tempo de exploração: 40 anos, renovável por mais 20.
“Além disso, alteraremos o valor dos royalties, favorecendo União, estados e municípios. Assim, estamos agora alcançando aquilo que é do interesse público, e não deixando à vontade dos interesses privados. O Estado passará, então, a ter mais recursos para investir no serviço público e no desenvolvimento da nossa sociedade, que é o que desejamos”, complementou.
Conforme o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Fernando Antônio da Costa, o projeto de lei está sendo analisado por uma comissão especial, e um relatório deve ser apresentado até o dia 6 de novembro próximo.
“Será feita uma alteração significativa no código atual, que é de 1967, uma legislação considerada antiga. Os pontos que os empresários debatem bastante é que trará imposto e serão criadas taxas de fiscalização. Porém, no Ceará, por exemplo, o setor está mais ligado à mineração de minerais industriais, como areia, brita, argila e calcário e esse é um setor que vai ser beneficiado”, informou.
O superintende falou também sobre a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), ressaltando que a principal preocupação é com o aumento do imposto, pois, como a União é dona do bem mineral, ela concede, mas precisa fazer uma compensação.
“Essa compensação é dividida, sendo direcionados 65% dos recursos para o município onde se encontra a jazida, 23% para os estados, e 12% para a União. Desses 12%, 9,8% vão para o DNPM, 2% para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e 0,2% para o Ibama”, disse.
Sobre o atual código, Fernando Antônio, que é geólogo do DNPM há 32 anos, acredita que é uma boa legislação, necessitando apenas de alguns ajustes. Ele salientou que o Governo Federal “preferiu” fazer uma mudança geral no marco regulatório e o DNPM vai ser transformado na Agência Nacional de Mineração.
RT/LF