Terá fim a "terra arrasada"?
Num ano de mais um pleito municipal, vem à tona um velho e quase inevitável mal, pelo qual passa a maioria dos municípios do Brasil, ou seja, a situação de “terra arrasada”, sofrida por cidades onde não haverá reeleições. Mas o foco aqui é o estado do Ceará. É alvissareira a decisão do TCM, Ministério Público Estadual e Procuradoria de Crimes contra a Administração Pública – Procap, de formarem uma frente única para brecar a destruição do patrimônio público por prefeitos que têm mandatos encerrados, e que forem derrotados. Os chefes, ou representantes dessas três instituições, Manoel Veras, Ricardo Machado e Luiz Alcântara, têm perfeita consciência do tamanho e do peso do desafio ao qual se dispõem enfrentar. O histórico da destruição de prefeituras no Ceará é uma sucessão de crimes que são cometidos a cada final de mandato. De 97 para cá, ocorreram duas CPIs e uma Comissão Especial do Desmonte, na AL, envolvendo 76 prefeitos. Os resultados, entretanto, foram decepcionantes e pouquíssimos foram punidos como mereciam. Este ano, três órgãos de peso e respeitabilidade, em conjunto terão pela frente a tarefa de impedir desmontes em grande parte dos 75 municípios em que prefeitos não disputarão reeleição. O alvo deverá ser as cidades cujos prefeitos dificilmente elegerão o seu sucessor. Que não serão poucas. A ajuda das Câmaras Municipais é descartada na maioria dos casos por motivos óbvios... Os Promotores de Justiça, mesmo bem intencionados, têm obtido poucos resultados, ante a barragem de recursos que protegem os improbos. É preciso acreditar que o TCM, MPE e Procap impedirão a ação dos que se despedem com derrota, algozes, muitas vezes, dos próprios munícipes que os elegeram.
• Visão. Do deputado Fernando Hugo (PSDB): “Quando traz a Fortaleza as grandes exposições da arte mundial, o chanceler Airton Queiroz mostra o respeito que tem pela cultura”.