Audiência pública para discutir a situação da doação de órgãos no Estado
Foto: Edson Junior Pio
Médicos lotados em hospitais especializados em transplantes no Ceará participaram, na tarde desta quinta-feira (26/09), de audiência pública para discutir a situação da doação de órgãos no Estado. Requerido pela deputada Mirian Sobreira (PSB), a discussão aconteceu no Complexo de Comissão Técnicas da Assembleia Legislativa do Ceará.
De acordo com a deputada, o encontro teve o objetivo de discutir os maiores desafios que envolvem os transplantes de órgão no Estado e esclarecer mitos que envolvem o processo e influenciam na decisão dos familiares. “Queremos conscientizar os familiares que doação é uma coisa boa, salva vidas. Também queremos saber como a Assembleia pode contribuir para aumentar o número de doadores no Estado”, pontuou Mirian.
A enfermeira da Central dos Transplantados do Estado, Yaskara Cavalcante, destacou que o Ceará se encontra em 3ª lugar no ranking de transplantes do Brasil. Mesmo com a boa colocação, ainda há uma recusa de 48% de familiares de pacientes.
Yaskara também destacou que em 2012, o Estado conseguiu realizar 1.269 transplantes, em 2013 já alcançou a meta de 918, e o maior desafio é zerar a fila de transplantes de córneas, que atualmente conta com mais de 500 pacientes em espera. “Os números são empolgantes, no entanto, não podemos cruzar os braços e parar de trabalhar, precisamos focar em campanhas de conscientização para que os números possam crescer cada vez mais”, salientou.
Segundo o presidente da Associação dos Transplantados Cardíacos do Ceará, Cícero Batista, além de conscientizar os familiares para a doação de órgãos, a construção de casas de apoio para receber os transplantados que não possuem renda suficiente para se manterem durante o tratamento também é um assunto que precisa ser colocado em discussão com o Governo. “É importante que o Estado coloque no orçamento essa ideia. Aas autoridades precisam se conscientizar que um transplantado precisa de ajuda psicológica, financeira, um apoio, pois sua vida muda em função do tratamento”, lembrou.
Também participaram da audiência a presidente do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), Luciana Maria; o presidente da Associação Cearense dos Pacientes Hepáticos Transplantados, Wilton Ibiapina; representante da Enfermaria de Transplantados do Hospital Walter Cantídio, Clara Medeiros e o representante da Prefeitura de Fortaleza, Francisco Pereira Alencar.
MA/LF