Você está aqui: Início Últimas Notícias Transporte de qualidade e acessibilidade para melhorar mobilidade urbana
A professora Nadja Pinho, autora do livro “Mosaico: um hino de amor à vida” e militante da luta pela inclusão de pessoas com deficiência e integrante do movimento Amor à vida, reconhece que há muito o que fazer em cidades como Fortaleza.
Em nossa Capital, ela assinala que o trânsito é complicado para todos, não só para os deficientes, em face do grande volume de tráfego. Porém, para os deficientes, a situação se agrava ainda mais. Ela sugere que sejam colocados sinais sonoros nos cruzamentos e faixas para pedestres, para orientar deficientes visuais, padronização das calçadas para que os cadeirantes possam circular sem barreiras arquitetônicas e sinalização táctil para orientar os que não conseguem visualizar o itinerário.
Apesar de muitos ônibus já possuírem elevadores para facilitar o ingresso de cadeirantes, é preciso também adequar o meio urbano para assegurar o transporte. Nadja sugere que sejam realizados o rebaixamento de calçadas nos pontos de embarque e desembarque, porque da forma como foi projetada a cidade, o acesso fica muito prejudicado.
De acordo com estudos da ONU, 10% a 12% da população mundial (algo em torno de 700 a 800 milhões de pessoas) têm alguma deficiência física. Destas, perto de 90% vivem nos chamados países em desenvolvimento, e o mesmo percentual vale para os que estão em idade produtiva, mas vivem desempregados.
“Se as cidades oferecessem condições para uma pessoa em cadeira de rodas sair de casa e chegar, em tempo razoável, a um local de trabalho digno, e depois do expediente ir ao cinema e achar um lugar bom para assistir ao filme, essa deficiência já não seria qualificada como tão grave nos índices de mobilidade”, frisou Nadja
O arquiteto José Sales, professor da Universidade Federal do Ceará, admite que somente obras de infraestrutura não é suficiente para resolver o problema a longo prazo. Com o crescente número de veículos nas ruas, os viadutos, túneis, alargamento de avenidas apenas reduz os efeitos do tráfego excessivo por tempo limitado.
“É necessário que se pense em um transporte coletivo eficiente, onde a população, mesmo a que possui veículo, se sinta motivado a buscar um deslocamento sem o uso do transporte individual. Assim, teremos reduzida a frota nas ruas, dando maior velocidade ao fluxo de veículos e privilegiando a mobilidade urbana”, sugeriu.
JS/CG