Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, nasceu numa família de sapateiros e aprendeu a tocar sanfona ainda criança. Aos nove anos de idade, ganhou dos pais a primeira sanfona. Aos 15 anos, ingressou na rádio Clube de Pernambuco, no Recife. Em 1948, fez parte do cast da rádio Jornal do Commercio.
Três anos depois, em 1951, gravou o primeiro disco em 78 rotações, pela Continental, com Carioquinha do Flamengo de Waldir Azevedo e Bonfiglio de Oliveira. Nesse mesmo ano, lançou o primeiro sucesso nacional, em parceira com Humberto Teixeira, “Adeus, Maria Fulo”, que foi regravado pelos Mutantes nos anos 1960.
A partir de 1955, foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros, viveu em Lisboa e Paris, a partir de 1959. Foi considerado o melhor instrumentista de 1962 pela imprensa parisiense. Gravou o disco Samba Nouvelle Vague de Barcla, com vários sucessos de bossa nova.
Morou em Nova Iorque de 1964 a 1976. Entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso “Pata Pata”, de Miriam Makeba, com quem então excursionou pelo mundo até o fim da década de 1960. Compôs trilhas para os filmes “Os Trapalhões na Serra Pelada” e “Os Vagabundos Trapalhões”, de 1982.
Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o Sivuca Sinfônico, lançado pela Biscoito Fino, em 2006. No álbum, ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos de sua autoria, um registro inédito, único e completo de sua obra erudita. As composições sinfônicas de Sivuca são absolutamente singulares na música erudita brasileira, porque o artista inseriu a sanfona como o instrumento principal.
Em 2006, o músico lançou o DVD Sivuca – O Poeta do Som, que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Em 25 de maio de 2003, voltou para seu estado natal, Paraíba, e fixou domicílio em João Pessoa. Morreu na cidade no dia 14 de dezembro de 2006, depois de lutar 32 anos contra um câncer que o acometia desde 1968.
Com produção de Fátima Abreu e Ronaldo César, o Brasilidade vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
Da Redação