Você está aqui: Início Últimas Notícias Agenda Cultural - Herivelto Martins é homenageado no Brasilidade
O músico logo se enturmou com os compositores da escola, principalmente com José Luís da Costa, o Príncipe Pretinho, que o apresentou a J.B. de Carvalho, seu primeiro parceiro em "Da Cor do Meu Violão", gravada pelo Conjunto Tupi. Formou dupla com Francisco Sena, apelidada como Dupla Preto e Branco, gravando três canções: "Preto e Branco", "Quatro Horas" e "Vamos Soltar Balão".
Com a morte de Sena, em 1935, passou a ter um novo parceiro, Nilo Chagas. Suas canções saíram do anonimato nas vozes de Silvio Caldas (que gravou a marcha "Samaritana") e de Aracy de Almeida ("Pedindo a São João").
Nessa época, apaixonou-se por uma jovem intérprete de 19 anos, que cantava na Companhia Pascoal Segreto: Dalva de Oliveira. Casaram-se em 1937, e Herivelto formou, com ela e Nilo Chagas, o Trio de Ouro. Durante as décadas de 1940 e 1950, no auge da carreira, compôs clássicos como "Praça Onze", "Isaura", "A Lapa", "Caminhemos", "Atiraste uma Pedra" e "Negro Telefone".
O samba "Ave Maria do Morro", de 1942, para muitos a sua maior canção, causou ao mesmo tempo ódio e paixão. No Brasil, foi condenado como sacrilégio pelo cardeal Sebastião Leme e, na Europa, adotado como canção religiosa.
O tumultuado casamento com Dalva, que terminou no fim da década de 1940, contribuiu para um grande duelo entre os compositores e intérpretes da época e, por causa da briga conjugal, que se tornou pública, houve uma racha no meio artístico.
Ao lado de Herivelto ficaram Lupicínio Rodrigues ("Vingança"), Nelson Cavaquinho ("Palhaço") e Wilson Batista ("Calúnia)". Já com Dalva permaneceram Ataulfo Alves ("Errei, Sim"), Marino Pinto e Mário Rossi ("Abajur Lilás") e Heitor dos Prazeres ("Tudo Acabado"). Todos fizeram sucesso e se divertiram por causa dos “tabefes musicais” trocados pelo casal.
O Trio de Ouro seguiu com outras formações, até terminar em 1957. Depois disso, Herivelto passou a se apresentar em alguns festivais e a dirigir grupos de samba. Em 1971, foi eleito presidente do Sindicato de Compositores do Rio de Janeiro, tendo sido impedido pela ditadura militar de tomar posse, acusado de ser subversivo.
Em 1992, alguns meses antes de sua morte, foi lançada a biografia "Herivelto Martins: uma escola de samba" (Ensaio Editora), dos jornalistas Jonas Vieira e Natalício Norberto.
O Brasilidade é produzido por Ronaldo César, com coprodução de Juliana Brasileiro, e apresentado por Narcélio Limaverde. O programa vai ao ar aos domingos, a partir das 18h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
RT/LF