Você está aqui: Início Últimas Notícias Alece entrega 10 toneladas de livros no Instituto Penal Feminino
A coordenadora do Comitê de Responsabilidade Social, Luana Brasileiro, explicou que a iniciativa recebeu amplo apoio de setores da Casa, como Corpo de Bombeiros e Associação dos Servidores da Alece (Assalce), além de apoio externo, como o grupo de ensino privado Farias Brito. “Ficamos muito sensibilizadas com o apoio maciço que recebemos, não só desses setores, mas inclusive dos servidores da Alece, que se mostraram muito disponíveis no momento de doar”, disse.
Sobre o projeto, Luana salientou se tratar de uma proposta de grande relevância, visto que a leitura faz parte do processo de ressocialização de muitas maneiras. “Acreditamos que o maior impacto que esse projeto pode trazer é somar ao conjunto de ações que já é realizado aqui no sistema prisional e, dessa forma, contribuir para a ressocialização do interno sem o retorno ao sistema prisional, e isso é o mais importante”, frisou.
O secretário de Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, ressaltou que, atualmente, há 11 mil apenados em todo o sistema prisional lendo e, com as doações, esse número ultrapassará a marca de 20 mil. Ele destacou que o detento pode conseguir reduzir a pena através da leitura, assim como de outras ações propostas dentro do sistema, como a alfabetização, a capacitação e o trabalho artesanal.
“Nós estamos alfabetizando todos os detentos do sistema prisional. Hoje, apenas 16 ainda não foram alfabetizados, pois acabaram de chegar e ainda estão passando pela triagem. Com as doações, poderemos aprofundar os estudos dos detentos e garantir mais oportunidade de remição de pena para muitos, assim como uma nova vida após o cumprimento de suas responsabilidades aqui dentro”, apontou.
Para Claudiane da Silva Cruz, de 29 anos e interna do sistema prisional há cinco anos, o projeto de doação de livros tem lhe acompanhado durante os últimos anos e, por meio da leitura, já conseguiu reduzir um ano e quatro meses de sua pena.
“Aqui eu já li Jorge Amado, Alan Kardec, Zibia Gasparetto e eu agradeço muito essa oportunidade, porque a leitura não apenas reduz nossa pena, mas também alivia a nossa saudade de casa e nos estimula a sonhar novos sonhos. É um projeto que nos estende a mão ao nos oferecer uma segunda chance”, pontuou.
OUTRAS ATIVIDADES
O projeto A Leitura Liberta, do Comitê de Responsabilidade Social da Alece, foi criado de forma a se alinhar ao projeto Livro Aberto, criado no âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária.
O projeto Livro Aberto visa facilitar o cumprimento da Lei Estadual n° 15.718/2014, a qual prevê remição da pena por meio da leitura. O interno escolhe, a cada mês, uma obra literária dentre os títulos selecionados para a leitura. O apenado tem o prazo de 21 a 30 dias para apresentar o relatório de leitura ou resenha. O relatório deve ser elaborado de forma individual, presencial, em local adequado. A resenha que atingir a nota igual ou superior a 6,0 é aprovada pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc).
A diretora do Instituto Penal Feminino, Socorro Matias, explicou que o sistema penitenciário propõe ainda diversas formas de atividades que não apenas capacitam os apenados e apenadas, como ocupam parte do seu dia com atividades instrutivas e sociais, assim como também contribuem para a remição de suas penas.
“Atualmente, aqui no Instituto Penal Feminino, contamos com 143 artesãs, que realizam trabalho com crochê, fuxico, palha, produzindo roupas, bolsas, chapéus e todo tipo de produto. Os projetos que operamos aqui têm dado oportunidade a essas mulheres de refletirem e repensarem uma nova direção para suas vidas, tendo a leitura e o estudo como guia. É um grande trabalho o que realizamos aqui, e todo o apoio que pudermos receber é bem-vindo”, disse.
Participaram ainda do evento representantes da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Secretaria de Administração Penitenciária e da Coordenação do Sistema Penitenciário.
PE/CG