Você está aqui: Início Últimas Notícias Assistência técnica é principal demanda colhida pelo Move Ceará em Tauá
Coordenado pelo Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Alece, o encontro aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tauá e recebeu lideranças regionais dos setores de agricultura familiar, agronegócio, construção civil, energias renováveis e comércio para tratar das demandas específicas da região.
Nesses dois últimos encontros, que cobriram as demandas dos sertões dos Inhamuns e de Crateús, a secretária do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Alece, Luiza Martins, identificou a necessidade de uma maior articulação entre as universidades e os setores produtivos. "Dessa forma, por exemplo, com mais investimentos nas universidades da região, novas tecnologias podem ser desenvolvidas de forma a melhorar o trabalho do homem do campo”, disse.
O Move Ceará, conforme Luiza, pode realizar essa articulação entre os setores e ajudar a desenvolver um modelo de governança que leve à resolução de muitas dessas demandas.
Durante o encontro, participaram representações e lideranças de diversos setores dos cinco municípios que compõem o Sertão dos Inhamuns: Tauá, Quiterianópolis, Aiuaba, Arneiroz e Parambu. Além dos problemas de escassez hídrica da região, as principais demandas são concernentes à distribuição da produção dos municípios e à necessidade de assistência técnica continuada aos produtores e criadores.
DEMANDAS
O presidente da CDL de Tauá, Aílton Maciel, reforçou a necessidade de fomentar um pensamento “mais empreendedor nos produtores”. Para isso, entretanto, é preciso que estes tenham uma assistência técnica continuada, que permita que realizem seu trabalho de forma autossustentável. “É costume os técnicos virem aqui nos municípios, resolverem algum problema e partirem. É preciso deixar um legado, capacitar os trabalhadores rurais, para que o fruto do seu trabalho tenha uma continuidade”, analisou.
Segundo ele, o poder público pode apoiar nessa questão, com políticas públicas que podem ser fundamentais para alavancar o trabalho rural, e este deixar de ser apenas para subsistência. “Quando contemplo os problemas que enfrentamos aqui, vejo que estamos sempre dando voltas em torno das mesmas questões. Com o suporte técnico necessário e um pensamento empreendedor direcionado, podemos parar de dar voltas e caminhar em linha reta”, refletiu.
O presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos dos Inhamuns (Ascoci), Paulo Alves Martins, também cobrou reforços na assistência técnica aos produtores e criadores do município. Segundo ele, no último ano, muito da forragem cultivada para alimentação dos animais foi perdida devido a pragas de pulgões, deixando muitos criadores no prejuízo.
“Precisamos de acompanhamento continuado dos animais, saber que tipo de forragem deve ser cultivada para cada espécie, por exemplo, mas principalmente de uma assistência mais efetiva e que contemple as nossas necessidades”, disse.
Elisandra Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tauá, também reforçou a necessidade de assistência técnica. Ela também indicou dificuldades no escoamento e comercialização da produção, algo que prejudicou muitos produtores durante os anos de pandemia. “O prejuízo econômico foi muito grande, pois a principal fonte de escoamento são as feiras municipais e feiras da agricultura familiar. Os trabalhadores conseguiram fazer escoar uma parte muito pequena da produção a partir de vias alternativas, mas se faz necessário um esforço maior nessa retomada para suprir as perdas que sofremos”, disse.
Os altos valores cobrados pelo fornecimento de energia elétrica também foram questionados. Conforme Elisandra, paga-se mais de R$ 1.000 por poucos metros irrigados, "um valor que é mais alto que o lucro da produção". "Precisamos de políticas que viabilizem a produção de energia renovável para os trabalhadores rurais, assim como programas voltados para a participação política de mulheres e jovens, para desmistificar um pensamento que existe de que política não resolve nada", disse.
Na parte da tarde, a discussão será retomada com o diálogo com representantes dos setores de construção civil e energias renováveis. Os próximos encontros do Move Ceará devem acontecer nas duas primeiras semanas de maio e cobrir as últimas cinco macrorregiões do Estado: Itapipoca (Litoral Leste - Vale do Curu), Guaraciaba do Norte (Serra da Ibiapaba), Sobral (Sertão de Sobral), Limoeiro do Norte (Vale do Jaguaribe) e Iguatu (Centro-Sul).
MOVE CEARÁ
Resultado da parceria entre a Assembleia Legislativa do Ceará, por meio do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, e a plataforma de negócios TrendsCE, o Move CE revisitou importantes planos de desenvolvimento econômico em execução no Ceará. A partir do diagnóstico já realizado pelos estudos, o projeto se dedica à priorização de ações de curto prazo por meio da escuta ativa dos principais agentes estratégicos e atores do Estado, a partir da realização de 14 encontros regionais, um em cada macrorregião cearense.
Já foram realizados encontros regionais em Fortaleza, Crato, Camocim, Aracati, Baturité, Canindé, Quixeramobim, Crateús e Tauá. Todo o levantamento estratégico das macrorregiões do Ceará estará disponível na plataforma Move Ceará, que agrupa o acervo completo de notícias e materiais acerca dos trabalhos em desenvolvimento no Estado.
PE/LF