Você está aqui: Início Últimas Notícias Conecta Ceará promove conscientização sobre autismo em webinar
De acordo com Lucivan, que também é presidente do Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce (Nutep) e coordenador da Liga de Neurologia e Psiquiatria Infantil (Linepi-UFC), autismo é um transtorno neurobiológico congênito, complexo, com sintomas que variam de leve/moderado a grave. O professor ressaltou ainda que o autismo ocorre em qualquer grupo racial, étnico e social, afetando a capacidade de comunicação e relacionamento com o outro.
Segundo o neuropediatra, a prevalência de crianças autistas na população aumentou de maneira significativa nos últimos anos. Ele apresentou dados estatísticos dos Estados Unidos que apontavam, em 2004, uma criança autista a cada 166 nascimentos. Dezesseis anos depois, em 2020, a prevalência aumentou para uma a cada 54. "Esses autistas já existiam? Sim, apenas não tinham diagnóstico. E, logicamente, a população aumentou, as causas também aumentaram", explicou.
Entre as explicações para o aumento da população autista, o médico indicou a ampliação dos critérios diagnósticos, a melhora da prática do diagnóstico precoce, pais com idade avançada (acima de 50 anos), influências ambientais intra-uterinas (o uso de antidepressivos pela mãe, por exemplo) e o nascimento prematuro da criança.
IMPACTO SOCIAL
Lucivan Miranda chamou atenção para as implicações sociais do diagnóstico de autismo. "Eu digo sempre que o autismo é problema de saúde pública e que os gestores devem se preocupar, pois está no dia a dia das escolas, da nossa convivência. Essas crianças estão crescendo, ficando adultas, muitos com capacidade de trabalhar, e essas pessoas estão sendo menosprezadas, estão deslocadas dentro da sociedade", acentuou.
O neuropediatra salientou que um indivíduo com TEA é uma pessoa igual a qualquer outra. "O rótulo é muito impactante. A pessoa, às vezes, sofre muito mais pelo diagnóstico do que pelo problema, a exemplo da epilepsia: a pessoa pode ter uma crise a cada seis meses, uma vez por ano, mas o diagnóstico pesa demais e atrapalha a qualidade de vida da pessoa, como é o caso do autista", avaliou.
Ainda conforme o neuropediatra, o diagnóstico de TEA produz desvantagens sociais não apenas para os portadores, mas também para os familiares. "Naquele momento [do diagnóstico], aquela família vislumbra um longo caminho a seguir", assinalou. Ele também comentou que é comum, no momento do diagnóstico, a mãe conseguir identificar características da criança autista também no pai. "Uma pessoa que casou, que trabalha, que produz", acentuou.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
O médico alertou que o diagnóstico tardio está associado ao aumento do estresse dos pais e pontuou que o atraso da intervenção precoce tem impacto importante ao longo do tempo. "Está comprovado que as intervenções que começam antes dos três anos estão associadas a um melhor desenvolvimento da criança em todos os aspectos", afirmou.
CONECTA CEARÁ
A líder do Comitê de Responsabilidade Social da Alece e primeira-dama da Casa, Cristiane Leitão, explicou que o projeto Conecta Ceará nasceu para integrar servidores, a Casa Legislativa e todos os municípios do Ceará. "Se as pessoas dos municípios não têm condição de vir ao Parlamento, o Parlamento vai aos municípios através do webinar. É um projeto que me deixa muito feliz, pois estamos conseguindo conectar todos vocês", destacou.
BD/LF