Você está aqui: Início Últimas Notícias Presidente da APS nega influência na paralisação dos militares em 2020
A APS, segundo ele, esteve envolvida em mesas de negociação para a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança, mas em nenhum momento foi favorável a movimentos grevistas. “Infelizmente, com a leniência do Estado, a polícia paralisou. Enquanto policial militar e presidente da APS, eu não concordo e sou contra as paralisações”, salientou.
Ainda de acordo com Cleyber Barbosa Araújo, os atos grevistas de policiais militares tiveram início no dia 18 de fevereiro de 2020, enfatizando que tudo o que antecedeu essa data foi legal. “Não há nenhuma ilegalidade no fato de os militares terem frequentado esta Casa, por exemplo, com o deslocamento sendo pago pela APS, para acompanhar a votação de uma mensagem governamental que tratava da reestruturação salarial. Não existe nenhuma ilegalidade nesse ato”, apontou.
Respondendo ao relator da CPI, deputado Elmano Freitas (PT), destacou que a receita mensal da entidade gira em torno de R$ 450 mil, citando como principais gastos para a utilização dos recursos a manutenção com pessoal, entre colaboradores diretos e prestadores de serviço, que contemplam assistência jurídica, psicológica, atendimentos de fisioterapia, auxílio-funeral, serviço funeral, entre outros.
Cleyber Barbosa Araújo também ressaltou, em resposta a indagações do relator, Elmano Freitas, que é comum a associação realizar saques em espécie para movimentar o caixa financeiro dessas despesas diárias, relacionadas à alimentação, logística da associação, combustível, compra e conserto de equipamentos, entre outros gastos.
“Nós temos uma diretoria administrativa, que recebe recursos de R$ 5 mil para a aquisição de aparelhos de ar-condicionado, geladeiras, televisão, reforma de quartéis, atendendo demandas de associados. Temos uma diretoria de família e ação social, que recebe recursos de R$ 3 mil para a aquisição de medicamentos, cestas básicas, cadeiras de rodas, camas hospitalares para associados”, enumerou.
O presidente da APS respondeu ainda a questionamento do deputado Soldado Noelio (Pros), se a APS conta com alguma fonte de recurso proveniente do Governo do Estado. De acordo com Cleyber Barbosa Araújo, a associação não recebe nenhuma contribuição ou valor do Governo do Estado.
“Tudo o que recebemos é dos associados. O nosso dever é prestar contas com os associados. Toda a movimentação financeira na associação é registrada no livro-razão, assinado por um contador e por um escritório de contabilidade externa, que foi entregue à CPI e ao Ministério Público, onde está listado tudo o que entrou e o que saiu da entidade”, assinalou. Ele acrescentou que a associação “deve ser parabenizada pelos relevantes trabalhos sociais prestados”.
Para o deputado Elmano Freitas, a partir do que foi apresentado e explanado por Cleyber Barbosa Araújo, “não há dúvida em se poder afirmar que a APS é uma pessoa jurídica, braço político de um grupo político-partidário o qual integram o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil/CE), o deputado estadual Soldado Noelio (Pros) e o vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (Pros)”. Elmano Freitas reforçou ainda que esse grupo tem a “prática de sacar dinheiro na boca do caixa, que os seus diretores abrem empresas que nunca funcionaram” e que no depoimento da testemunha ficou evidenciado que a APS financiou o transporte de policiais para os protestos que geraram o motim no estado do Ceará.
Participaram ainda do depoimento o presidente da CPI, deputado Salmito (PDT), além dos deputados Marcos Sobreira (PDT), Augusta Brito (PT) e Queiroz Filho (PDT).
Na quarta-feira (06/04), a partir das 14h30, a CPI deverá ouvir o sargento Reginauro, ex-presidente da APS e vereador em Fortaleza.
SOBRE A CPI
A CPI investiga o destino dos recursos recebidos pelas associações ligadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará.
O colegiado é composto por nove titulares: deputado Salmito, como presidente; Queiroz Filho, vice-presidente; Elmano Freitas, relator; Soldado Noelio; Davi de Raimundão (MDB); Romeu Aldigueri; Augusta Brito (PCdoB); Nizo Costa (PT) e Marcos Sobreira.
Os parlamentares suplentes: Delegado Cavalcante (PTB), Edilardo Eufrásio (MDB), Jeová Mota (PDT), Guilherme Landim (PDT), Oriel Nunes Filho (PDT), Diego Barreto (PTB), Osmar Baquit (PDT), Guilherme Sampaio (PT) e Tin Gomes (PDT).
RG/AT