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Coluna Política - QR Code Friendly
Quinta, 02 Outubro 2014 06:53

Coluna Política

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  Candidatos normalmente começam a campanha tentando se apresentar como “propositivos” e deixando a pecha da agressividade para os opositores. E terminam a eleição dispostos a qualquer coisa para ganhar. Pelo caráter atípico desta eleição no Ceará, os candidatos trataram de mandar às favas todos os escrúpulos. Nenhuma eleição recente foi travada de forma tão agressiva, com as principais candidaturas abertamente acusando de desonestidade o lado adversário. E isso porque os lados adversários, representados por Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT), passaram oito longos anos aliados, até o primeiro semestre deste ano. E, apesar das acusações que um lado faz ao outro, ambos articularam até o último momento para manter o apoio do hoje antagonista até o limite do prazo. E, àquela altura, não faziam vaga menção a todo rol de acusações que agora fazem um ao outro. O espetáculo é escatológico, baixo, sujo. As denúncias proliferam e são de toda ordem. Gravações falsas com vozes forjadas; capas de revista fajutas, resultado de montagens estapafúrdias para atingir os oponentes. Na noite de terça-feira, o grotesco supremo: pancadaria entre militantes do lado de fora do debate realizado pela TV Verdes Mares. É triste, mas não é difícil entender as razões pelas quais isso ocorre. Com exceção do segundo turno de 2002, todas as eleições no Ceará de 1982 para cá chegaram ao mês final mais ou menos decididas. Por isso, aqueles que acabariam eleitos mantinham a pose de quem se limita a apresentar propostas e certa fleuma diante dos ataques. A agressividade é sempre faca de dois gumes em eleições. Seu efeito mais positivo em geral não é conseguir votos para o candidato, mas tirar do adversário. Mas traz o grande risco de aumentar a rejeição de quem bate. Sem bem sucedido, consegue isso também com o alvo. Nesta campanha, os dois lados parecem definitivamente ter desistido de convencer o eleitor de que os candidatos são os melhores e dedicam as energias a mostrar que o adversário é pior. Sinal de que há mais argumentos contra os demais que a favor deles próprios. ATENÇÃO REDOBRADA DO ELEITORDiante da atmosfera de guerra total que marca esses últimos dias de campanha, é importantíssimo o eleitor estar muito atento às fontes de informação. A boataria irá proliferar, “bombas” de última hora irão aparecer. Tudo isso deve ser observado com extrema cautela. Deve-se exercitar saudável dúvida em relação às informações das coligações, que dirá da boataria que se espalha de boca em boca.Buscar se informar por meio de fontes confiáveis e de referência é sempre uma boa alternativa. Todo cuidado é pouco. CURIOSIDADES DA PESQUISADetalhes da pesquisa O POVO/Datafolha: Eunício Oliveira (PMDB) lidera entre homens, Camilo Santana (PT) entre mulheres. Em relação à escolaridade, há grande equilíbrio entre quem tem ensino fundamental, mas Eunício abre vantagem conforme aumenta a escolarização dos eleitores. No setor com ensino superior, o peemedebista tem 40% e Camilo, 31%. Quando se considera a renda, o equilíbrio é maior entre os mais pobres. A vantagem de Eunício é maior na classe média a alta, com renda de cinco a dez salários mínimos. Saiba mais aqui: http://bit.ly/1rGAYmW OLHAR SOBRE O PATINHO FEIO DAS POLÍTICAS PÚBLICASO Vida&Arte de Ontem, no O POVO, trouxe conteúdo especial produzido pelo jornalista Paulo Renato Abreu que mergulhou nas ideias dos candidatos a governador para a cultura. A cultura foi uma das áreas politicamente mais conturbadas do governo Cid Gomes (Pros) e, ao lado da segurança, a mais crítica. Porém, sem nem de longe a mesma visibilidade e sem despertar nem remotamente a mesma preocupação. Depois do discutido período de gestão Auto Filho, houve o período de Francisco Pinheiro, marcado por idas e vindas, com longo intervalo no qual se manteve longe do cargo, enquanto brigava na Justiça pelo mandato de deputado estadual. Até a nomeação de Paulo Mamede, que, por sua vez, entrou em atrito com o presidente do Dragão do Mar, Paulo Linhares. Em meio a tudo isso, o próprio Cid Gomes admitiu as dificuldades. Mas, diferentemente da segurança, esse debate passa ao largo de qualquer escala de prioridade. Permanece marginal e sem propiciar grande esperança de avanço. Nesse sentido, o caderno do O POVO foi a mais importante contribuição para colocar o tema na ordem do dia.Assinante do O POVO pode ler o caderno aqui: http://bit.ly/1prlrEn e também é possível acessar as matérias aqui http://bit.ly/1v7UfOi e conferir as entrevistas com Ailton Lopes (http://bit.ly/1mSgkBr), Camilo Santana (http://bit.ly/1rN9r4S), Eliane Novais(http://bit.ly/1mSgsRz) e Eunício Oliveira (http://bit.ly/1BAtTXx).
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