Para o parlamentar, a Fifa deveria estabelecer critérios para que os países disputassem o Mundial e escolher, sobretudo, aqueles que apresentassem padrões de equilíbrio social, o que não é o caso do Brasil. Segundo ele, 72% dos brasileiros ganham até dois salários mínimos. “É esse o país que a Fifa escolheu para ser sede da Copa”, disse.
Outro ponto que desfavorece o Brasil para sediar o evento, apontou ele, é o alto índice de homicídios, com a ocorrência de 52 mil assassinatos em um ano. “Enquanto em todo o Reino Unido se mata 500”. Nas estradas, acrescentou o deputado, morrem mais de 50 mil. “Esse País, que é a sexta maior economia do mundo, tem o maior índice de desigualdade do planeta”, destacou.
Ao mencionar dados divulgados pelo Conselho Nacional de Medicina, o pedetista informou que apenas 11% das ações previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para a área da saúde foram concluídas desde 2011, quando foi lançada a segunda edição do programa federal.
Segundo o deputado, dos R$ 7,4 bilhões para a área, apenas R$ 624 milhões foram efetivamente gastos. “Sabe quanto foi para a Copa? Trinta bilhões de reais. “São obras que não têm deixado legado nenhum para o brasileiro. Os estádios foram o único legado. Não vejo nenhum outro componente da Copa que tem melhorado a vida do brasileiro. Aliás, só tem sido para descredenciar o Brasil”, avaliou. Ele afirmou que “o País apenas se desgastou com a historia de sediar a Copa”, priorizando apenas o turismo.
Em relação à transposição do São Francisco, “essa obra grandiosa”, Heitor Ferrer disse que foi orçada em R$ 4,7 bilhões e, com os atrasos, o valor subiu para R$ 8,2 bilhões. “Está muito longe para os R$ 30 bilhões dessas obras da Copa, que nada deixaram ainda para o povo do Brasil”, pontuou. Na avaliação do parlamentar, o valor a ser investido no Mundial, “se tivesse equacionado melhor, estaria distribuído para obras e serviços de saúde e educação no Brasil, e não estaríamos sendo motivo de chacota mundo afora”.
LS/AT