O secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Nélson Martins, refutou as denúncias feitas pelo deputado Delegado Cavalcante (PDT) a respeito de suposto superfaturamento em obras do Projeto São José nas localidades de Pedra Grande e Quixelô, no município de Morada Nova. Na terça-feira, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, Cavalcante disse que um projeto para 60 famílias em Pedra Grande foi avaliado pela associação comunitária responsável em 244 mil reais, valor superfaturado, segundo ele. “Alertei o secretário Nelson Martins e imediatamente ele suspendeu tudo e mandou reavaliar os custos”. O deputado afirmou ainda que o projeto em Quixelô, mesmo superfaturado, foi aprovado pela SDA. Ontem, em entrevista coletiva, Nélson Martins disse que, após o alerta do deputado, o projeto de Pedra Grande foi reavaliado pela secretaria e pela Cagece, que não encontraram superfaturamento, “até porque ainda não se aplicou nenhum tostão desse recurso”. A mudança no valor do projeto, explicou o secretário, se deve a um aditivo decorrente de mudanças estruturais. “Foi necessário fazer um aditivo de 6 mil e 700 reais ao projeto, porque estava previsto que a caixa d’água ficaria a uma distância de 1.300 metros do riacho e houve uma mudança para mais próximo. Isso fez com que o recurso passasse de 186 mil reais para 193 mil. Mas, calculando que são 60 famílias beneficiadas, dá um valor médio de 3.229 reais por família, dentro dos parâmetros, que são de 3 a 5 mil reais”, disse Nelson. Com relação a Quixelô, o secretário afirmou que o projeto ainda nem foi licitado, não podendo ter sido superfaturado. “Lá apenas existe o orçamento, o projeto não foi sequer licitado. Em Quixelô há um detalhe técnico: a fonte d´água, que é o Eixão das Águas, fica a quase oito quilômetros da comunidade. Como a distância é longa, o custo é alto. Só a adutora custa 87 mil reais. Mesmo assim, o valor por família está dentro dos critérios técnicos. Não há irregularidade nem em Pedra Grande nem em Quixelô”. POLÊMICA ENTREDEPUTADOSA denúncia de Cavalcante levou Carlomano Marques (PMDB), vice-líder do governo, a ocupar a tribuna por mais de uma hora ontem para tratar do assunto. “O deputado foi irresponsável. Não conhece o projeto, não conhece os números. Tem que voltar à tabuada”. Dizendo-se agredido por Carlomano, Cavalcante falou em entrar com representação contra ele no Conselho de Ética da Assembleia. “O deputado faz um discurso para sujar a minha pessoa. Eu fiz foi ajudar o secretário Nelson”.