Deputado diz que, por enquanto, somente a área de transplantes tem números positivos para comemorar no CE O deputado estadual Lucílvio Girão (PMDB) destacou, ontem, o crescimento do Ceará na área de transplante de órgãos. Mas de acordo com o parlamentar, ao mesmo tempo em que o Estado vem se destacando nesse setor, outros pontos da saúde estão bem debilitados, como as filas de esperas por cirurgias. De acordo com o deputado, em 2001, o Ceará realizou 198 transplantes. Dez anos depois, esse número deu um salto de 500%, informando que, em 2011, o Ceará alcançou a marca de mais de 1.200 transplantes feitos. "Transplantes de pulmão, coração, rins, fígado. Somos o quarto do Brasil em números de transplantes", salientou. Lucílvio Girão aponta que o Ceará só perde para São Paulo, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Ele revela que, no ano passado, São Paulo realizou nove mil transplantes, enquanto Santa Catarina ficou na marca de 1.900 procedimentos, e o Rio Grande do Sul alcançou a marca de 1.500 a 1.600 transplantes. O fato de o Ceará ocupar o quarto lugar nesse ranking, para o parlamentar, é um grande avanço devido à capacitação dos profissionais, aos investimentos do Governo do Estado nessa área e à participação da imprensa em campanhas em favor da doação de órgãos. Campanha Lucílvio Girão parabenizou a Campanha "Doe de Coração", realizada pela Fundação Edson Queiroz e pelo Sistema Verdes Mares. "Quero parabenizar a Fundação Edson Queiroz que, desde 2003, vem dando todo apoio aos transplantes com essa frase de amor: Doe de Coração", ressaltou o deputado. Mas, enquanto o Estado se destaca nessa área, outras estão necessitando urgentemente de atenção, alerta. Lucílvio Girão chamou atenção para as filas de espera por cirurgias. Ele reclama do repasse feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos procedimentos cirúrgicos, afirmando serem valores baixos. Para ele, além de aumentar o valor repassado pelo SUS, é necessário mais convênios com hospitais particulares, a fim de aumentar o número de leitos. Ele reivindicou um maior repasse à Santa Casa de Misericórdia. Conforme o deputado, a Prefeitura e o Governo destinam ao hospital, cada um, R$ 40 mil por mês. Outro agravante para o aumento das filas nos hospitais públicos da Capital, destacou o deputado, é a falta de ação dos demais municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na área da saúde. Ele cita o exemplo da cidade de Maranguape, em que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) instalada no município, não tem médico. O parlamentar aponta que os médicos que atendem na Unidade vêm do Hospital Gonzaguinha, o que causa déficit de profissionais em ambos os locais. "É a história do lençol curto: cobre os pés e descobre a cabeça e vice-versa", pontuou. O deputado Fernando Hugo (PSDB) diz que o número de pacientes aumentou e a quantidade de leitos diminuiu, avaliando que isso vem contribuindo para o aumento nas filas.