Segundo o parlamentar, os episódios dos últimos dias no Estado exigem uma reflexão por parte de todos. “Vivemos dias difíceis, com episódios que se aproximam do estado de anarquia, em que poucos querem impor as suas vontades à sociedade”, apontou.
De acordo com Júlio César Filho, há homens e mulheres de bem que fazem parte das tropas policiais do Estado sendo obrigados a participar de motim ilegal e criminoso, insuflados por lideranças com mandatos constituídos ou não.
“Roubar e depredar viaturas não é o caminho. Tivemos o caso de uma mãe brutalmente assassinada, quando foi pegar os seus filhos na escola de futebol, por conta da ausência de patrulhamento nas ruas, já que as viaturas foram sequestradas”, relatou o líder do Governo.
Júlio César Filho comentou ainda sobre os tiros sofridos pelo senador Cid Gomes (PDT/CE), em Sobral, nesta quarta-feira (19/02). “A tentativa de homicídio que sofreu o senador Cid Gomes foi absurda, sendo uma cena de fuzilamento. Se quisessem chamar atenção, teriam atirado para cima, mas miraram no peito dele, e por uma graça de Deus ele conseguiu escapar deste fuzilamento a sangue frio”, assinalou.
Ainda segundo o parlamentar, “quem apoiar o que está sendo feito por uma parcela das forças de segurança do Estado é responsável por cada assassinato que acontecer no Ceará”.
Em aparte, o deputado Renato Roseno (Psol) defendeu que sejam desenvolvidas ações no sentido de reestabelecer o diálogo entre forças de segurança e Governo do Estado.
O deputado Audic Mota (PSB) anunciou a elaboração de um requerimento na Casa para formalizar essa mesa de renegociação. “Precisamos nos sentar em uma mesa, com a participação deste Poder Legislativo, da igreja, de representantes militares, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para refazer este diálogo”, sugeriu.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) considerou importante retomar o diálogo, mas questionou com quem vai ser reestabelecido este diálogo. “Estive presente em vários diálogos do Governo com as categorias policiais, com acordos feitos e firmados com os ditos representantes de associações e categorias, mas pelo jeito eles não valeram. Então com quem vamos conversar?”, indagou a deputada.
A deputada Patrícia Aguiar (PSD) salientou que a sociedade cearense está acompanhando indignada aos últimos acontecimentos no Estado.
“São pessoas que tentam induzir, dentro do movimento classista dos policiais, uma situação de caos para tirar proveito político”, avaliou a deputada.
RG