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MDB e PSDB: renovação não rejeita nomes mais antigos - QR Code Friendly
Segunda, 14 Outubro 2019 04:36

MDB e PSDB: renovação não rejeita nomes mais antigos

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Duas legendas que perderam espaço político das eleições de 2018 para cá, o MDB e o PSDB, têm adotado, desde então, um discurso de renovação dentro do partido. O movimento acontece após uma ascensão expressiva, na política nacional, de partidos e candidatos com proposta de quebra com a lógica da política tradicional – muitas vezes associada, no Brasil, a essas duas legendas. O que se observa, em meio a isso, é que ambos passam a procurar essa renovação ao mesmo tempo que não deixam para trás, em posições de maior importância, nomes mais tradicionais na política.     No caso dos tucanos, a deputada estadual Fernanda Pessoa avalia que esse é um caminho saudável. “Nessa eleição, tanto eu quanto [o deputado federal] Roberto Pessoa e [o deputado estadual] Nelinho somos deputados novos que migramos para o PSDB, tivemos todo o apoio do partido, fomos muito bem recebidos. E acredito que às vezes as pessoas falam [que é importante receber] pessoas novas, mas é importante também pessoas que já estão na política, militando a política que o povo quer, do compromisso, do respeito”, defende ela.     Ela destaca, em maio a isso, a figura do senador Tasso Jereissati – nome tradicional na política e ainda hoje um dos principais expoentes do partido a nível nacional. “Acho que o senador Tasso tem importância fundamental nesse contexto. Um homem que fez agora 30 anos de vida pública e em seu governo, como governador, fez uma marca que, como se fala, é a era Tasso”, conta. “Podemos notar na saúde, tivemos o pontapé dos agentes de saúde, de endemias, que hoje não é mais só de um governo, mas sim uma política de estado. Hoje, na questão da mortalidade infantil, o nosso estado conseguiu mudar as páginas e hoje temos uma infância bem mais qualitativa”, continua.     Tasso, durante as últimas semanas, tem estado sob os holofotes da política nacional, levando em conta sua posição de relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência no Senado. Movimento parecido é observado no MDB, que teve a eleição de sua presidência realizada este mês. O ex-senador Romero Jucá, presidente até então, continua fazendo parte da Executiva, como vogal, com direito a voto. A chapa eleita para sucedê-lo – liderada pelo líder da legenda na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi – é formada por integrantes antigos do partido e filhos de outros políticos do MDB.     O ex-senador Roberto Requião (MDB), em passagem por Fortaleza na última sexta-feira (11), declarou que o partido “finge ter mudado alguma coisa para continuar exatamente como está”. Ele também comentou, na ocasião, a permanência de Jucá na Executiva nacional e disse que não chegou a ser consultado sobre as recentes decisões do comando da legenda. “Acho que o MDB aderiu pesadamente ao liberalismo econômico do [ministro da Economia Paulo] Guedes”, alfineta, dizendo ainda que o papel que o partido cumpre hoje no governo é de apoio à “liberalização da economia brasileira de forma anti-nacional”.     Sobre a falta de consenso entre ele e o restante dos emedebistas, o ex-senador diz: “Quando me perguntam por que não saio do MDB, eu pergunto a quem perguntou por que não sai do Brasil governado por Bolsonaro.”     Derrotas Um dos grandes marcos das eleições de 2018, considerando o resultado das urnas, foi a derrota de diversos figurões na disputa, particularmente para o Senado Federal. Além do próprio Roberto Requião, o MDB também perdeu Edison Lobão, ex-ministro do governo de Dilma Rousseff, e o cearense Eunício Oliveira, que ocupava a presidência do Senado e já articulava uma reeleição no comando da Casa para este ano. No PSDB, ficaram de fora da atual legislatura da Casa o ex-governador do Paraná Beto Richa e o ex-governador de Goiás Marconi Perillo.     Outros partidos também tiveram reveses substanciais no Senado, como no caso do PT, com a derrota de Dilma em Minas Gerais – contrariando as pesquisas de opinião que antecederam o pleito –, de Eduardo Suplicy em São Paulo e de Lindbergh Farias no Rio de Janeiro. Também não conseguiram a reeleição Magno Malta (PR) e Cristovam Buarque (PPS).  
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