Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, o ex governador, que está preso, confessou que pedia propina por apego ao poder e ao dinheiro, o que acabou se tornando um vício. Ele acrescentou que decidiu admitir o crime em respeito à sua família.
Na avaliação de Evandro Leitão, o problema de Sérgio Cabral não tem nada a ver com vício. “Isso é uma questão comportamental, de formação de caráter baseada em princípios e valores. E esta declaração me faz indagar que tipo de sociedade queremos para o futuro dos nossos filhos e netos”, questionou.
Para ele, enquanto representante do povo, a indagação serve não apenas para a classe política. “Precisamos nos perguntar o que estamos fazendo para melhorar a sociedade, quais os exemplos e quais posturas passamos para os nossos descendentes e para o povo”, apontou.
O deputado assinalou ainda que “os desvios de conduta não são algo específico dos políticos, já que o mundo posto aí fora mostra inúmeros exemplos disso, e temos a obrigação de mudar”.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) também se mostrou impressionado com as declarações do ex-governador Sérgio Cabral. “É uma declaração absurda essa de que o poder e o dinheiro são vícios, quando na verdade é má formação de caráter”, criticou o parlamentar.
O deputado Romeu Aldigueri (PDT) opinou que vivemos em uma sociedade em que se não forem repelidos imediatamente os maus comportamentos, eles podem virar regra.
Já o deputado Lucílvio Girão (PP) avaliou como preocupante os problemas de educação e formação de índole no País, que, para ele, é algo cultural e atinge todas as classes sociais.
RG/LF