Segundo dados da reportagem, 1.965 delegados, escrivães e inspetores da polícia cobrem um contingente da ordem de 8,5 milhões de cearenses. “É um policial civil para cada 4.448 pessoas. E o recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um para mil”, disse.
A deputada ressaltou a contratação de 1.480 novos servidores. “Esta contratação ainda é insuficiente para uma área que sempre foi dita pelo Governo do Estado que seria tratada com prioridade. Quando os 1.480 policiais civis estiverem na ativa, o Ceará terá 38,82 civis para cada 100 mil habitantes. Ou seja, sairemos da última para a quarta colocação”, criticou.
Eliane Novais apontou também que o jornal usou as informações da estatística local da Delegacia Geral de Polícia Civil e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, já que o Estado não publicou os dados no texto final do relatório do Ministério da Justiça. “No primeiro semestre deste ano, o Ministério Público enviou recomendação à SSPDS, solicitando que a pasta passasse a informar à sociedade dados estatísticos reais sobre o índice de criminalidade”, frisou.
A parlamentar lamentou ainda a postura do secretário de segurança pública do Ceará, que em entrevista criticou o Estatuto da Criança e do Adolescente. “É lamentável que neste Governo existam agentes públicos em cargos do alto escalão defendendo a redução da maioridade penal”, salientou.
Em aparte, o deputado Sérgio Aguiar (PSB) disse que o Governo “não tem culpa da falta de segurança”. “É preciso mostrar o que foi feito e não adianta apenas querer culpar. Sabemos que a criminalidade cresce por causa das drogas, mas, em contrapartida, 149 pessoas foram presas em assaltos a bancos; o número de civis é crescente e estes estão em cursos de formação. O Governo investiu mais de R$ 500 milhões e sabemos que precisa haver mudança nos costumes, mas o Estado tem se prontificado e agido para a resolução dos problemas”, defendeu.
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