Ele comentou o incêndio ocorrido no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, para reforçar o discurso sobre o que acontece quando um país não investe na preservação de sua cultura e memória.
De acordo com o parlamentar, muitos dos problemas vivenciados, atualmente, dentro da arena política são gerados a partir desse descaso com a própria cultura. “Há uma disputa de narrativas sobre o que é o Brasil. Há vozes que negam a escravidão dos negros, a ditadura, o papel da colonização portuguesa, reforçando todo tipo de preconceito.”, avaliou.
Essa disputa, conforme observou, tem guarida na falta de investimentos em educação, cultura e preservação do patrimônio. “As elites dirigentes do Brasil parecem querer, intencionalmente, que o povo não tenha acesso à cultura e à educação, as duas coisas que levam a sociedade a refletir sobre si mesma”, acrescentou.
A defesa dos investimentos nessas áreas, de acordo com Renato Roseno, “é absolutamente estratégica para a preservação do patrimônio e sensibilização do povo em relação à nossa memória”.
O parlamentar também mencionou os historiadores, pesquisadores, paleontólogos cearenses que, segundo ele, tinham trabalhos, “frutos de décadas de pesquisa, talvez”, expostos no Museu Nacional e que foram consumidos pelo fogo.
Cerca de 3 mil peças expostas no equipamento cultural fluminense eram oriundas do Museu de Paleontologia da Universidade Estadual do Cariri (Urca). Segundo ele, vários pesquisadores do mundo encontraram, na Bacia do Araripe, o objeto de sua pesquisa, trabalhos que foram dirigidos ao Museu Nacional. “O descaso com nossa história, literalmente, transformou o trabalho da vida dessas pessoas em cinzas”.
PE/RM