O parlamentar reafirmou para o procurador sua ideia, já defendida na tribuna da AL outras vezes, de que o sistema eleitoral brasileiro foi corrompido por uma relação “promíscua” com o capital e os grandes empresários.
Dr. Santana lembrou que essa relação começou numa época em que a legislação permitia o financiamento privado de campanhas. “Aqui é que a coisa foi feita de forma errada, pois o capital passou a investir em políticos, a fim de criar uma bancada sua em todas as instâncias políticas, tornando esse abuso do poder uma regra e corrompendo a vontade soberana do povo”, afirmou.
O promotor Anastácio Tahin, segundo Dr. Santana, tem acompanhado os pronunciamentos, não só dele, mas também dos deputados Fernando Hugo (PP) e Roberto mesquita (Pros), “que podem ter muito a auxiliar nessa tentativa de limpeza das eleições”.
O petista também comentou a probabilidade de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Lava Jato. De acordo com ele, a ideia da CPI partiu da denúncia de dois doleiros, que afirmaram que um advogado estaria cobrando R$ 50 mil para livrar as pessoas das denúncias da Lava Jato.
“Essa CPI deve apurar se as delações são verdadeiras ou não, se elas acontecem por motivos políticos, financeiros ou de qualquer outra ordem. É uma ferramenta legítima, que não seria necessária se a própria operação tivesse realizado essas investigações”, observou.
O deputado Fernando Hugo (PP), em aparte, reforçou que o Ministério Público Eleitoral tem condições de fazer as investigações acerca das campanhas políticas milionárias. “Que bom que nossos gritos foram ouvidos, e vamos lutar para que se acabe esse mercado de votos sob a égide do Congresso Nacional, que nunca quis fazer uma reforma eleitoral séria, justa e honesta”, refletiu.
O deputado Dr. Leônidas (Patri) também criticou a influência do capital financeiro nas eleições. “Precisamos refletir seriamente sobre a situação e perceber como os interesses dos empresários têm conduzido nossa vida a partir da sua influência sobre os políticos”, disse.
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