“Houve uma verdadeira desconsideração do valor das lideranças políticas. Senadores, deputados estaduais, vereadores, governadores e prefeitos não entram no cálculo na distribuição dos recursos. Os deputados federais criaram uma legislação que é uma afronta ao bom senso, para não dizer que é má-fé e desejo para se locupletar”, afirmou.
De acordo com Roberto Mesquita, a reforma política criou um fundo eleitoral de, aproximadamente, R$ 1,7 bilhão, pago pelo contribuinte brasileiro, “o equivalente a quase 40 apartamentos do ex-ministro Geddel Vieira Lima”. O parlamentar calculou que, cada voto para deputado federal, nas próximas eleições, vai custar R$ 17,53. “Enquanto isso, faltam recursos para atender a população, mas sobram para as campanhas políticas. Um verdadeiro monstrengo”, afirmou.
Em relação ao fundo partidário, o deputado considerou que são agraciados os partidos de acordo com o tamanho das bancadas federais. Ou seja, as demais lideranças não são levadas em consideração. “Só contam para o fundo partidário os deputados federais. Deveria cada voto ter o mesmo valor, de vereador a presidente. E o recurso deveria ser direcionado para as cidades onde vivem os eleitores”, defendeu.
Roberto Mesquita também pediu que fosse removido um cemitério de carros apreendidos pela polícia, localizado no bairro Paramericano, entre as ruas Santa Catarina e Pará. Ele informou que são 41 carros em situação de abandono, muitos com vidros quebrados e transformados em focos de mosquitos e doenças. “O que está acorrendo é uma afronta às pessoas que querem usar as ruas e calçadas. Apelo ao Governo do Estado para atender a população que quer os seus direitos respeitados”, acrescentou.
O parlamentar também homenageou a vereadora Ana do Aracapé pela passagem do Dia Internacional da Mulher. Segundo ele, ela é uma “incansável guerreira” na luta por benefícios de sua comunidade, sendo mantenedora de creches e fundadora da primeira escola do bairro.
Em aparte, o deputado Joaquim Noronha (PRP) afirmou que os dirigentes de partidos preferem em seus quadros um deputado federal do que 46 estaduais, porque só eles atraem recursos para suas siglas. O parlamentar também criticou a União Nacional dos Legislativo Estaduais (Unale), que não fez a defesa dos deputados estaduais na reforma política.
A deputada Dra. Silvana (MDB) considerou que é necessário que todos digam não à reforma. “Votamos neles (deputados federais), para eles dizerem que a gente não vale nada. Sou a favor de campanhas franciscanas. Esses fundos fabulosos são um absurdo”, observou.
JS/AT