Fernando Hugo considerou inaceitável que ainda estejam livres os empresários donos da JBS, Wesley e Joesley Batista, que estariam envolvido em esquema de propinas. “Acho que existe uma união satânica nesse País. Como se pode entender que o ministro Edson Fachin e o procurador-geral Rodrigo Janot deixem circulando os dois elementos Joesley e Wesley Batista”? perguntou .
De acordo com o parlamentar, não seriam somente Aécio Neves e o presidente Michel Temer que comandariam uma organização criminosa, conforme foi denunciado pelos irmãos. Para Fernando Hugo, há muito mais gente envolvida, lembrando que, no passado, o ex-governador Cid Gomes já havia denunciado “os achaques” realizados por integrantes da Câmara Federal.
Na avaliação do deputado do PP, está havendo a falta de ações da Justiça e do Ministério Público, para que os verdadeiros criminosos paguem pelos seus feitos. “Não tem cabimento algum que aqueles bandidos (Wesley e Joesley) sejam aquinhoados com liberdade, entrando e saindo do Brasil em todo momento”.
Fernando Hugo também criticou a votação realizada, na semana passada, pelo Tribunal Superior Eleitoral, que inocentou a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, ré em processo de abuso de poder econômico e político. “Nenhum dos tornados réus foi ainda sentenciado pela casta maior da Justiça brasileira. Não podemos nos aquietar e não deixar de lamentar profundamente essa apatia do Judiciário”, acrescentou.
Fernando Hugo defendeu ainda que as próximas eleições, previstas para 2018, precisam de votos esclarecidos, escolhendo nomes. “O eleitor deve olhar o presente e o passado dos candidatos, para que não tenhamos novamente um Congresso eivado de bandidos de colarinho branco”.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) considerou irretocável o pronunciamento de Fernando Hugo e se disse estarrecido com as denúncias que surgem todos os dias. “Vivemos em uma república de bananas. Rodrigo Janot tem sede de vingança. Ele odeia o Michel Temer. O que a população espera é que todos os casos sejam apurados com rapidez”, afirmou.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) disse que a corrupção está em todos os níveis da vida pública, e cinco conselheiros de contas foram presos no Rio de Janeiro. “Temos um cenário lastimável. Na minha opinião, o Brasil só acaba com esse apartheid, quando houver legitimidade através de reformas políticas e uma eleição geral”, pontuou.
JS/AT