José Sarto disse que a Casa tem um Regimento Interno que deve ser respeitado pelos parlamentares. Ele pontuou que muitos deputados têm levantado questão de ordem em desacordo com o que preconiza o Regimento da Casa. "Isso é ruim porque fica aquela história de querer ganhar no grito. A pessoa fica pedindo questão de ordem sem ser exatamente uma questão de ordem", afirmou.
José Sarto disse também que o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), foi vítima de uma injustiça, ao ser criticado por ter se ausentado do Plenário. O deputado explicou que Evandro saiu do plenário para cumprir outra missão como líder do Governo.
O parlamentar afirmou ainda que, mesmo assim, a obstrução de votação faz parte do jogo político e consta no Regimento da Casa. Ele lembrou que, na semana passada, quando estava sendo votada uma proposta de emenda constitucional (PEC) que precisava de 28 votos, ele viu parlamentares da oposição dentro do Plenário, mas que não estavam dando quórum, e que isso já havia sido feito várias vezes em outros momentos pela bancada de oposição ao Governo.
No entanto, ressaltou, “quando essa prática é feita pela oposição, é estratégia, é positivo, é bom, mas quando o Governo faz - e se faz é legitimo fazer -, é considerado manobra, e não estratégia. Já estou há vários anos na Casa, já fui oposição, e é por isso que nós temos o Regimento Interno", argumentou.
O deputado também citou a forma como a presidente da sessão, deputada Augusta Brito (PCdoB), foi tratada, em alguns momentos, pela bancada de oposição e disse que é preciso que os parlamentares tenham tranquilidade ao colocar seus pontos de vista, sem ferir, sem usar de violência verbal.
Para ele, o deputado que está presidindo a sessão pode dar a interpretação diferente de outro presidente. A deputada Augusta Brito pode ter uma interpretação, o deputado Tin Gomes (PHS), que preside a maioria das sessões, pode dar uma que não é a mesma da deputada Augusta Brito. Entretanto, ele lembrou que existem causas que são pétreas, como a questão de ordem. "Toda questão de ordem tem que dizer qual é o artigo. Não tem interpretação. É o mesmo para A ou para B", afirmou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PSD) disse que é sabido e notório que o Governo tem ampla maioria no Parlamento e que o presidente da sessão muitas vezes espera cinco, dez minutos quando é necessário quórum para votar uma matéria, e que esse tratamento deve ser o mesmo para a oposição. Ele disse ainda que já ouviu o presidente da sessão dizer que o Governo tem força para discutir e derrotar. "Mas querer que o Governo que precisa de 28 votos tenha o quórum com os votos da oposição ?", questionou.
Também em aparte, o deputado Evandro Leitão (PDT), líder do Governo, disse ter tomado conhecimento de como o deputado Roberto Mesquita se referiu à pessoa dele, mas que se sentiu contemplado com o pronunciamento do deputado Sarto. E adiantou que considera o deputado Roberto Mesquita um homem inteligente, preparado, mas que em alguns momentos passa da medida. Mas que o respeita e de nenhuma forma se sentiu atingido.
WR/CG