Odilon Aguiar afirmou que, conforme as delações dos proprietários da empresa JBS, o ex-governador Cid Gomes esteve com o dono da corporação e solicitou ajuda para a campanha de Camilo Santana. Ao mesmo tempo, Cid Gomes teria feito referência a uma liberação de crédito de isenção fiscal que o Estado devia à empresa.
Odilon Aguiar afirmou que, no dia 6 de agosto de 2014, o Estado fez pagamento de diárias de viagem ao então chefe da Casa Civil do Governo, Arialdo Pinho, e à servidora Daniela Navarro. Entretanto, o Diário Oficial do Estado só registrou o pagamento dessas diárias após as eleições de 2014.
Segundo o parlamentar, Arialdo Pinho e a servidora viajaram a São Paulo no mesmo período em que o proprietário da empresa informou ter mantido contato com o secretário. O objetivo seria tratar da liberação de recursos para a campanha de Camilo Santana.
“O delator disse como tinha sido feita a negociata. Foram pagos R$ 10 milhões de forma oficial e R$ 9,2 milhões em notas frias. A empresa Cabuc Serviços de Computação Gráfica, da Daniela Navarro, emitiu notas de aproximadamente R$ 400 mil referentes a essa propina”, disse.
Para Odilon Aguiar, esses fatos têm de ser tratados com seriedade, e a veracidade de tudo deve ser verificada. Ele acentuou que existe um ato de exoneração, de 8 de setembro de 2014, de Arialdo Pinho. “Sabemos que ele faz as tratativas de diálogos para captação de recursos das campanhas. Essa que é a verdade”, comentou.
Em aparte, a deputada Aderlânia Noronha (SD) chamou a atenção para o fato de os pagamentos de créditos às empresas serem maiores em anos de eleição. “Na minha opinião, cabe uma denúncia ao Ministério Público, para que se faça uma avaliação desses pagamentos”, sugeriu.
O deputado Tomaz Holanda (PPS) lembrou que nota fria é quando não existe a empresa emissora do documento. “A Kabuc, que emitiu a nota fiscal, tem endereço e CNPJ, por isso não pode ser considerada nota fria”, argumentou. Ele defendeu ainda que os créditos pagos pelo Estado à JBS obedecem a critérios legais.
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