Conforme a petista, a manifestação se caracterizou pela unidade do movimento sindical no País inteiro, bem como de federações e movimentos populares. “Houve a unidade do movimento popular, a adesão da população e manifestações grandiosas em todas as capitais e nas principais cidades”, relatou, citando sobretudo as que ocorreram no interior do Ceará.
“Em Quixadá houve também paralisação, greve e manifestação envolvendo centenas de categorias que cruzaram os braços, como serviços públicos, bancários, comércios, além de linhas de metrô e de ônibus, que não circularam”, acrescentou.
A petista afirmou que o movimento tem importância muito grande na luta pela resistência do povo trabalhador do nosso País. “Com essa greve geral, coloca-se para a população, para o congresso e para o Governo Temer a indignação da classe trabalhadora contra as medidas ilegítimas do Temer”, resumiu.
A greve também contou com apoio de setores importante, como as igrejas católicas e evangélicas e, inclusive, a paralisação de escolas particulares. “O assunto mais falado foi a greve geral. Teve um impacto muito importante. A intenção de fato é derrotar essas reformas. E a luta vai continuar”, assegurou.
Em aparte, o deputado Ely Aguiar (PSDC) disse que a greve é um movimento justo, já que consiste num “alerta no sentido de que as reivindicações sejam reconhecidas”. Porém, acredita que a greve que ocorreu no último dia 28 foi em parte motivada pela insatisfação dos sindicatos por conta do fim do imposto sindical. Segundo ele, os sindicatos chegam a embolsar cerca de R$ 3 milhões por ano. “É porque a mamata vai acabar. O que eles fazem pela classe trabalhadora a não ser arrecadar? Tem sindicatos que são honestos, mas tem uns que pertencem a grupos ou famílias”, avaliou.
O deputado Renato Roseno (Psol) lembrou que a última greve geral foi em março de 1989 e reuniu 35 milhões de trabalhadores. Pontuou que o direito à greve é para que o direito ao trabalho seja exercido de forma decente, com boa remuneração. “Quem está contra a greve, ao lado das reformas, está contra a maioria do povo. Estão ao lado do impopular, perverso e cruel governante que a história do Brasil já teve”, avaliou. Em relação ao imposto sindical, Roseno defendeu a contribuição negocial. “Acategoria definiria em assembleia qual a contribuição que vai dedicar aos sindicatos”, explicou.
O deputado Dr. Santana (PT) comentou ser contra os excessos da polícia contra os manifestantes. O petista comemorou a repercussão da greve, citando as mobilizações ocorridas na região do Cariri. “Falar em reforma é falar em destruição da legislação de proteção aos trabalhadores”, opinou. Ele criticou ponto do texto da reforma trabalhista que altera a definição de remuneração para o trabalhador rural, “que pode ser remunerado de qualquer forma.”
O deputado Moisés Braz (PT) usou palavras de um amigo padre para se referir à greve. “Ele dizia que a população mais simples se organiza pela barriga, enquanto os intelectuais pela cabeça. E a greve foi justamente as duas coisas juntas. Lideranças de todos os segmentos estavam mobilizados porque não aguentam mais a perversidade desse governo, por rasgar a Constituição Federal”, ponderou. LS/AT